"Nascemos. Uns nascem após tanta expectativa gerando alegria, festa, presentes... Outros nascem em lares humildes, sem muito conforto, mas amorosos; outros, ainda, apenas nascem.
Crescemos. Uns sonham alto e perseguem seus sonhos até realizá,-los; outros mais sossegados não sonham muito, não correm muito, vão conforme a vida leva e outros apenas sobrevivem.
Envelhecemos. Uns aceitam a velhice como algo natural, porém não permitem que seu espírito envelheça, continuam ativos até o fim e há os que se entregam à velhice carregando fardos pesados do passado que os fazem cansados, olhar apagado olhando para o final da estrada.
Quando jovens, queremos amigos, festas, barulho, movimento. Depois vem a fase do "conquistar seu espaço na sociedade". Então, é preciso ser visto, mostrar-e, dar opinião... É como se dissesse ao mundo: Ei, olhe eu aqui! Eu existo!
Essa necessidade de ser reconhecido existe em todos nós, inclusive naqueles que desempenham os serviços mais humildes, ninguém quer ser alguém perdido na multidão. Essa é a idade produtiva do ser humano.
Depois, aos poucos, vamos conquistando nossa "quietude", tempo de refletir sobre a vida, tempo de valorizar cada detalhe da existência, desde a brisa que nos beija de manhã, à chuva que dá vida à vida...desde o sol que ilumina à noite que nos embala. Passamos a saborear a vida percebendo seus sabores doce, amargo, azedo...e aprendemos a apreciar cada sabor, ou pelo prazer ou pela aprendizagem.
Já não mais importa TER, percebemos a importância do SER e isso é maravilhoso. Tornamo-nos mais pacientes, mais compreensivos... Já não criticamos aquela pessoa maldosa ou ranzinza , mas passamos a analizar os porquês de elas serem assim, pois pode ser que guardem em si amarguras e conflitos devido ao desamor...Percebemos que , mesmo depois de certa idade, há pessoas com necessidade de serem vistas, e se expõem para isso. Teria sido essa pessoa bem amada? Conseguiu traçar seu projeto de vida?"
Chega a fase de colher o que plantou por isso a importância de um projeto de vida, ainda que tardio. Ele é a bússola que nos conduz, o fio condutor para que possamos chegar sãos e salvos."
- Cida Freitas, mourãoense de coração, paranaense de Santa Mariana, no Norte Pioneiro; professora, escritora, poetisa, empreendedora, fundadora da cadeira 08 na Academia Mourãoense de Letras, cidadã Honorária de Campo Mourão.
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