“Impunidade,
hipocrisia, dançam de mãos dadas o hino nacional de uma nação condenada.” Charlie Brown Jr.
Faz parte da cultura
brasileira o futebol. Futebol que nem sempre é cultura a merecer ser cultuada.
Em meio a tantas questões de inegável relevância que dizem respeito a todos nós
brasileiros que, não noticiar e analisá-los parecerá alienação. Assim poderá
ser considerado todo aquele que só acompanha o futebol, jogos, noticiários,
comentários e nada mais que não seja o futebol de cada dia.
Será que o brasileiro
que só tem atenção para o futebol prestou atenção no noticiário que informou a
contratação do goleiro Bruno? O jogador foi solto no dia 24 de fevereiro e não
demorou muito para o time de futebol da cidade mineira de Varginha, o Boa
Esporte, ter anunciado a contratação do goleiro.
Condenado
a 22 anos de reclusão por homicídio qualificado, ele foi solto por decisão do
Supremo Tribunal Federal para recorrer liberdade. A decisão não adentra o
mérito e sim o exame do direito constitucional de poder recorrer em liberdade,
o que não aconteceu até agora pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A
convocação do Boa Esporte foi noticiado pelo Brasil todo e até
internacionalmente. Evidentemente que não tem nada a ver com o inexpressivo
time de futebol, mas por ser o criminoso confesso da mãe do filho dele, o
Bruninho. (O corpo de Elisa Samúdio não foi encontrado e teria sido jogado para
ser devorado por cães).
Durante
a coletiva o responsável pelo time avisou que o goleiro Bruno só responderia a
perguntas relacionadas ao futebol e dele como jogador. Dito e feito, uma
repórter indagou sobre como ele se sentia estando solto e o que pretendia
quanto a criança. Enfaticamente ele e o dirigente do time se recusaram
terminantemente a responder.
“A
vida dela não vai voltar”, lacônica e cinicamente declarou por mais de duas
vezes na tentativa fracassada e patética para atenuar o seu premeditado e
hediondo crime. Patrocinadores e torcedores disseram que não irão apoiar e
torcer para o time. Se o Boa Esporte queria ser manchete, conseguiu,
embora negativamente.
Varginha
ficou famosa em todo mundo pelo extra terrestre que por lá apareceu, conhecido
episódio o ET de Varginha, e há anos a cidade explora bem o fato com
todo tipo de propaganda sobre o “ser de outro planeta”.
Seria
mais fácil – ou menos difícil – acreditar no ET em vez da absurda
contratação de um criminoso que até agora só cumpriu seis anos da pena de 22,
que só poderá ser concedida a progressão para o regime aberto após 17 anos e
seis meses atrás das grades.
Fases de Fazer Frases (I)
Eva porá
água.
Evaporará a água da Eva?
Que vá a água da Eva.
Que não vá a Eva com a
água.
Fases de Fazer Frases (II)
Não verá nada
o olhar para o tempo quando o tempo não tiver nada olhando.
Fases de Fazer Frases (III)
O botão da florista abriu. O da flor dela? Ou
o dela?
Olhos, Vistos do Cotidiano
Se andam,
quando andam, as instituições brasileiras trombam umas nas outras. É o
caso do Município de Moreira Sales. Após o quarto recurso interposto pelo
candidato Hugo Berti, que o manteve inelegível, serão marcadas novas eleições.
Ele, que já foi prefeito e ganhou o pleito,
não poderá mesmo assumir.
O
grande prejudicado no processo eleitoral é a população, pois o Município vem
sendo administrado pelo presidente da Câmara, prefeito interino. Tudo fica em
compasso de espera e não é só o vereador que está como prefeito, pessoas estão
ou poderiam compor a administração pública, ficam a mercê. O povo tem culpa de
votar no candidato que comprovou-se ser inelegível? Sim e não! Se o nome dele
com a foto estava lá na urna, o povo resolveu crer que ele não estava impedido
de disputar.
Reminiscências em Preto e
Branco
Despidos os
pés, olham eles para o velho calçado e o indagam se ele não estaria cansado.
Responde o calçado que
cansado não fica, mais ainda quando não fica calçado nos pés.
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