12 de nov. de 2012

PROFESSORA MARIA JOANA:“Isso não é só e isso não é pouco”


Frase histórica da Ministra do STF, Carmem Lucia, falando sobre o argumento da defesa dos réus do mensalão, que era “só caixa dois”.
Passada a euforia da vitória nas urnas, terminada a fase eleitoreira das promessas de campanha, os escolhidos para representar a vontade do povo e sua equipe tem que assumir seu papel e governar para defender os interesses do povo e não seus interesses pessoais ou partidários. E não esquecer dos ensinamentos do julgamento do mensalão.
A escolha de dirigentes certos para compor sua equipe de governo é um teste para demonstrar o caminho escolhido. Terão que trilhar o difícil caminho de fazer escolhas certa, fugindo dos companheiros ficha suja. Afinal, todas as promessas de campanha não cabem no orçamento e para realizá-las precisará do apoio da câmara, dos partidos. Para isso vai ter que haver muita negociação social, entendimento, conciliação.
Há desafios extraordinários a enfrentar, confrontos iminentes que só serão superados com a união de todos. Os novos governantes e legisladores deverão ter pela frente obstáculos maiores do que simplesmente elaborar leis e governar. Terão maior cuidado com suas decisões, alianças, nomeações políticas, pensarão mais antes de desviar verbas públicas. Sempre poderá haver uma câmara filmando, um gravador gravando, um telefone registrando tudo... E a imprensa continuará sendo os olhos e ouvidos do povo.
É preciso organizar a economia e a política econômica a favor do combate à pobreza, do crescimento econômico. Certamente passa por uma redução de juros, que faça diminuir a dívida pública e reduzir o superávit primário, investir mais na área de infra-estrutura, investimentos públicos em estradas, portos, aeroportos, em saúde, educação, habitação, saneamento... Com um juro menor, com um superávit menor temos condições de fazer isso, o que significa um ritmo de crescimento econômico maior, a arrecadação pública cresce e vai sustentando o gasto público, ou seja, cria condições ampliando o investimento e o gasto público, a economia cresce, DESTRAVA O BRASIL...
E por outro lado, o crescimento melhora muito, as pessoas têm emprego, a renda melhora, a pobreza diminui. Só que temos que ter uma política que atenda ao setor produtivo, ao emprego, ao crescimento, pense no futuro, planeje o investimento, o financiamento interno, ou seja, em vez de dívida externa, o financiamento interno, o desenvolvimento tecnológico, o tão sonhado crescimento do PIB.
Se o Brasil quiser gerar postos de trabalho para seus milhões de desempregados, terá de mudar sua política econômica, desde 1994 focada quase que exclusivamente no combate à inflação, e adotar políticas direcionadas para a geração de novas vagas. A questão ecológico-ambiental é fundamental porque sem ela as metas do governo, dentro de poucos anos, poderão ser totalmente inviabilizadas. Cabe à Presidente possuir uma visão estratégica de futuro do país e da humanidade, pois essa ausência poderá ser irremissível. A nação exige pressa, mas é necessário muito esforço, dedicação, cooperação e paciência por parte de todos. Não é tarefa fácil, mas não é um “sonho impossível”.
As transformações não virão do dia para a noite. Não se altera o rumo da história como se trocam enfeites da árvore de Natal. Esperamos que os novos governantes não venham a decepcionar os milhões de brasileiros, paranaenses, mourãoenses que sonham com um novo Brasil em cada um dos seus municípios. Uma nova chance foi dada aos governantes a cada eleição. Para tanto, além de mirar a utopia que é o grande motor da história, precisa ter os pés no chão da realidade de cada município.
Temos que ser solidários ao seu governo e fazer parte desta corrente nacional em defesa dos interesses do Brasil. Renovar as esperanças e acreditar num futuro justo para todos e assumirmos nossos compromissos como cidadãos. O judiciário está fazendo a sua parte, como vemos no julgamento do mensalão, mas, como disse a ministra Carmém Lucia :“Lei, no Brasil, para se consolidar e se manter, depende da cidadania, exclusivamente. Essa lei [Ficha Limpa], se não houver uma fiscalização direta do cidadão – o Judiciário não é capaz de fazer isso –, pode, sim, ter algum retrocesso no sentido de não ser plenamente aplicada, de ter interpretações mais flexíveis”. E não esquecer que é através do nosso voto que os ficha suja chegam ao poder...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

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