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25 de jun. de 2012
COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Competir? Crescer? Cooperar? Fazer a nossa parte...
"Há 20 anos assumimos que poderíamos construir nosso caminho para a sustentabilidade. Essa foi a mensagem da Rio-92, mas desde então nada mudou. Só que o mundo está além do seu limite. Nós agora estamos usando mais produtos da natureza, mais peixes, mais florestas, mais solos do que o planeta consegue suprir. Estamos despejando mais lixo do que pode ser assimilando. Claramente estamos em um caminho insustentável." William Rees ecólogo canadense.
Apesar de estarmos no calor dos debates, o parâmetro para avaliar se a Rio+20 cumpriu sua missão e discutir o Futuro que queremos para a humanidade é ver se cumpriu o objetivo proposto pela Assembléia-Geral da ONU, que a convocou, focado em dois pontos: 1- economia verde no quadro de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza; 2- base institucional para o desenvolvimento sustentável. Ver se conferência foi realmente "ponto de partida, não de chegada": ou seja, se criou as condições para inovar, em vez de fechar novos acordos, como em 1992.
Certamente sérios pontos foram discutidos na Rio+20, mas a épica batalha sobre a mudança climática,o desenvolvimento sustentável, quem vai pagar a conta das mudanças parece perdida na esfera da política internacional. Os futuros historiadores poderão indicar a responsabilidade, quem apertou o gatilho, quem se omitiu, mesmo que todos os países compartilhem alguma culpa. O Protocolo de Kyoto foi assassinado no berço pelos bilionários do petróleo que financiam o Partido Republicano norte-americano e a eleição de Bush. Agora os democratas, por sua vez, apesar de lamentarem a morte de Kyoto, consideram o aquecimento global uma questão menos importante que a campanha de Obama, e suas crises econômicas como a Europa...
Segundo o suíço Mathis Wackernagel que junto com seu colega Rees elaborou o conceito de pegada ecológica, ”não temos um problema global, temos uma tempestade global. A questão é: seu barco está pronto para a tempestade? Não temos de ter um acordo que diga que temos de fazer isso. Um país não tem de consertar o buraco no seu barco só se os outros o fizerem. Tem de consertar para não afundar."
Para Reess "Só que não queremos considerar a redistribuição da riqueza para resolver a pobreza, por exemplo. Porque isso significaria dividir, ter impostos justos, o mundo corporativo contribuir mais com a sociedade". “No modelo corrente global, em que favorecemos a ganância e o individualismo e perdemos o senso de comunidade e a compaixão de uns pelos outros, é muito difícil persuadir as pessoas que a coisa mais importante é cooperar pelos interesses mútuos em vez de competir para crescer mais."
E para evitar uma catástrofe anunciada é preciso revisar não só o modelo econômico como também promover e resgatar um modo de convivência mais solidária e cooperativa, que permita que a vida humana exista entre um piso e um teto. O piso é a necessidade social de viver, de ter acesso a alimentação, água, saúde, educação, energia, emprego, igualdade social e conforto. Mas o teto é o quanto o ambiente p ode fornecer, sem afetar as gerações futuras, sem afetar o limite ambiental máximo, causando perda da água doce, da biodiversidade, mudanças climáticas, acidificação dos oceanos, poluição química, destruição da camada de ozônio, mudança do uso da terra.
Como fazer para continuar a crescer a partir de um consumo menos focado em bens e mais em serviços? Como fazer para mudar padrões de consumo e produção, seja possível produzir bens de modo mais eficiente, com menos custos e maior rentabilidade para as empresas, poluindo menos e reduzindo o impacto ambiental? Como buscar políticas governamentais, um trabalho de longo prazo de educação e de mudança de hábitos de consumo, em vista de um consumo sustentável? E aí, independente das indecisões dos nossos políticos, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte!!! Não vamos esperar pela Rio+40!!! Não vamos deixar que a descrença na política, com suas ligações impensáveis (Maluf e PT, Fruet e PT) e nos valores democráticos contaminem a nossa esperança!
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso - PUC- majocalderari@yahoo.com.br
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