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23 de ago. de 2011
COLUNA DO PROFº MACIEL: Antonio Colli, uma magnífica receita
"Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos
em nós mesmos as qualidades que nela admiramos”
Sócrates
Ele falava com o coração repleto de bondade e gentileza. Proporcionava a cada ser humano atenção singularmente afetuosa. A voz baixa e terna se caracterizava pela serenidade. Até os mais apressados acabam observando a harmonia dos gestos marcadamente humanos.
Sabia servir, oferecia o melhor, não conseguia ser de outro modo que não fosse útil, aliás, imprescindível, tornando-o, desde já, uma falta imensurável: Antônio Colli.
O sabor da vida acontece como um bom prato, a escolha dos produtos, o ritual para a confecção, o ponto certo e o Antônio Colli tinha o toque único, os conhecimentos amealhados e compartilhados no momento oportuno, preciso, adequadamente. Não tinha segredo, embora parecesse em razão da esmerada culinária ser simples ao mesmo tempo sofisticadamente própria e espetacular, a provocar água na boca, saciar os mais exigentes paladares.
A amizade ele sabia fazer abundantemente e com modos peculiares, geniais. Com arte cativava e cultivava cada amigo com único, especial.
Ele nos deixou a sua receita ilustrada de pormenores elencados no livro de uma vida admirável, tratando-se de um rico e exemplar legado. E o desafio é e será o de continuar, mesmo que não se trate de copiá-lo apenasmente. Tarefa nada fácil, sem o mestre cuca que proporcionava segurança, tranquilidade com a sua presença na cozinha, no salão, servindo, comandando com o seu olhar preciso, atento.
Ao receber os amigos, a fraternidade era espontânea e se dava antes de tudo, posteriormente o freguês, “seu” Antônio chamava a todos pelo nome e perguntava se estava tudo bem, os saudava expressando estima particular. Não perguntava segundo o interesse dele como comerciante tal como “faz tempo que não vem por aqui”. Mesmo aqueles que estabeleciam com ele o primeiro contato, a sensação era de serem velhos conhecidos.
Entre muitas qualidades, como a de esposo e pai/avô zeloso, tinha uma personalidade sempre afável, humilde, acessível, extremamente humano, trazendo no semblante a dignidade em cada gesto.
Era também capaz de amealhar com a sua memória prodigiosa nomes do seu vasto e variado círculo de amizades como se todos eles fossem pratos prediletos pertencentes a sua notável culinária. No meu caso, além de contumaz saudação, ele percebia e logo me dizia, “Maciel, daqui a pouco vem o filé de frango que tanto você aprecia!”. A lembrança e a referência eram os ingredientes que somente ele sabia quanto, como e o momento de prepará-los, com um toque pessoal simples e de requinte ao mesmo tempo.
A vida tem que seguir, mesmo que não seja a mesma sem aquelas pessoas que nos são tão caras, e o estimado Antônio Colli é como o prato que se quebra, a toalha xadrez retirada da mesa para ser estendida no varal do destino inverso da vida. Como o vinho bebido no findar doído de uma partida sempre sentida, a ser enaltecidamente lembrada com enorme e ímpar consideração, digna da grandeza dele.
Fases de Fazer Frases (I)
Se na vida tivéssemos certeza de tudo, a dúvida nos mataria.
Fases de Fazer Frases (II)
O fato não é considerar que ninguém é dono de si, e sim se colocar à venda, eis a liquidação.
Fases de Fazer Frases (III)
Insistência, persistência, paciência: palavras, rimas de arrimo de um sentir.
Fases de Fazer Frases (IV)
Ele veio do veio, venal e veloz: veio e vê o veio que vê-se.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Embora amplamente divulgado pelos meios de comunicação como esta Tribuna, cabe o registro tangente a declaração do vice-presidente do Observatório Social de Campo Mourão, “não queremos correr atrás dos ratos, mas sim cuidar do queijo”, afirmou Wilson Isolani, ao enfatizar a atribuição fiscalizadora da referida entidade. É, e segundo os biólogos, onde é visto um rato certamente existirá pelo menos cinco.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Isidório Moraes criticou na TV Carajás a administração do prefeito Nelson Tureck, “tudo na prefeitura de C. Mourão está sendo terceirizado, daqui um dia até o cargo de prefeito vai ser terceirizado”, afirmou o vereador, se referindo, entre outros pontos, a coleta de lixo na cidade.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
O avanço tecnológico sempre célere, o controle-remoto, o toque/tecla digital, tudo é para funcionar perfeito e rapidamente para se ganhar/economizar tempo. Então porque muitos não encontram tempo? Pelo contrário, perdem-se nele, num tempo que não dá para nada? Bastam-se dedos nos botões, a digital das horas velozmente diluídas a ponto de o tempo parecer nem bem chegado e já vai como foi num clic.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Mora, pagamento ou restituição de algo. E quanto menor a demora, menor a ora.
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