16 de ago. de 2010

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Nosso maior tesouro!!!


Nesta semana da família, vale a pena refletirmos sobre como cuidamos deste tesouro. Num mundo cada vez mais inseguro, cuidamos da segurança de nossa casa, carro, bens materiais. Mas quais apólices de seguro fazemos para proteger nossa família, nossos filhos??
Vivemos num mundo competitivo, capitalista, neoliberal, onde somos levados a dar o melhor de nosso tempo e de nossos dons para o trabalho, consumo, aparência, status, prazer imediato..., gerando uma sociedade fragmentada, competitiva, individualista, voltada para o homem (antropocentrismo- racionalismo). As pessoas sofrem tanta pressão, que chegam em casa cansadas a ponto de não se interessarem por mais nada, não sobrando tempo para a família. A família hoje em dia vive cercada de dificuldades, medos, angústias, inseguranças, parecendo impotente e desprotegida diante do consumismo, da influência dos meios de comunicação com suas mensagens de sexo, lucro, violência, poder, ostentação, infidelidade, desemprego, instabilidade econômica, drogas, violência e outras influências negativas. Parece que estamos à deriva, sem referência, impotentes e desprotegidos diante dos embates do consumismo, bombardeados pelos meios de comunicação e incapazes de dar uma resposta a esses ataques.
Com a revolução da cibernética, a família está cada dia mais fragilizada, devido à longa jornada de trabalho fora de casa, à entrega da educação dos filhos a outros, a influência da TV, internet, a perda dos valores essenciais à vida. Realizar-se para a sociedade consumista é ter um bom emprego, lucrar, subir de cargo, vencer competições, gozar de todos os prazeres. Mas por que muitas pessoas que têm tudo isso não são felizes? .
A família hoje não é uniforme, pois sobre ela influem de maneiras diversas, independente da classe social, fatores sujeitos às mudanças, como sejam: fatores sociológicos (injustiça social, principalmente), culturais (qualidade de vida), políticos (dominação e manipulação), econômicos (salários, desemprego, pluriemprego), religiosos (secularismo, preconceitos, radicalismo), psicológicos (indeterminação dos papéis masculino e feminino) entre tantos outros. Convivem as famílias das diferentes revoluções da humanidade: agrícola, industrial, moderna e cibernética. Apesar das transformações e crises, ela se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente na segurança do amor dos pais pelos filhos.
Hoje, as diferentes famílias devem sentar-se, colocar na mesa o que são, partilhar seus problemas, dialogar sobre o que realmente desejam, o que buscam, para enfim elaborarem, com bastante criatividade, um projeto novo e distinto que possibilite a realização de um amor pleno. É neste projeto, em constante construção, que os filhos devem poder ter a alegria de nascer e crescer até a plena maturidade.
Matrimônio é um processo que precisa sempre de novo ser retomado, com liberdade e responsabilidade. É construção diária feita na constante atenção, na persistência, no diálogo de vida a vida, na partilha, no comprometimento, na troca de experiências, no acolhimento. É solidariedade que começa no corpo a corpo, passa pela divisão das tarefas, se afirma na chegada dos filhos, continua na missão-tarefa da paternidade e maternidade, se orienta na busca comum de Deus. Ele criou homem e mulher para que na diferença se construíssem, fossem uma só carne, se multiplicassem, fossem fecundos, respondendo ao plano de Deus.
Apesar das sombras e crises que pairam sobre o casamento e a família, não se pode deixar que o ideal sonhado e inventado por Deus, se dilua e não seja anunciado com alegria. É dever e alegria da Igreja e de todos os cristãos, nunca deixarem de acreditar na família tal qual Deus a vê: unida, sólida, lugar do dom de si e fecundidade, de partilha e perdão, de amadurecimento do amor e da continuação no tempo “até que a morte separe”.
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

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