10 de set. de 2014

COLUNA DO PROFESSOR MACIEL: Esquecem o livro, não o celular

“A única coisa que interfere com o meu aprendizado é a minha educação” Albert Einstein
           Entre outros,  qual é o objetivo essencial da escola? E da família? Ensinar. A pergunta parece tola e a resposta, lógica. A indagação é no mínimo pertinente e inquietante.  
            Serão melhores os resultados na promoção do conhecimento se a família e a escola desempenharem papéis de co-responsabilidade. “A educação vem de berço”, o ditado é lição para os pais ou responsáveis: a educação proporcionada na prática da convivência com os filhos é fator determinante na sala de aula, a assimilação do saber é mais intensa e consolidada. O  professor irá ensinar com maiores e mais eficazes possibilidades de resultados positivos ao contar com uma formação familiar. O conhecimento do senso comum se entrelaça com o científico. 
            A existência da lei para proibir o uso de celulares ou outros aparelhos é reflexo da sociedade incapaz de evitar ou enfrentar uma situação que, a rigor nem deveria existir ou levar a edição de um dispositivo legal. Profundamente lamentável chegarmos a esse ponto, a lei no Paraná fixando tal proibição. Aliás, nosso Estado está bem atrasado ante a muitos outros, como Minas Gerais, lá a lei tem mais de uma década.  
            Não deveria ser necessário salientar, mas é oportuno, qualquer fato que atrapalhe, comprometa ou inviabilize a aprendizagem no ambiente escolar não pode ser aceita ou tolerada. Cabe ao professor intervir, de maneira a não aceitar o uso indevido do celular, sobretudo porque a capacidade infantil, do adolescente e também do adulto impede o estudante de prestar atenção e realizar muitas tarefas ao mesmo tempo, elas ficam improdutivas por completo ou parcialmente.
            A recusa ou a intenção de burlar, dando um jeito de usar o celular evidencia a falta mínima de seriedade e compromisso com a educação. Ao não “conseguir” ficar sem usar o aparelho de telefone móvel, é prova cabal da ausência de compromisso, indisciplina em não aceitar e reconhecer a necessidade de ficarmos algumas horas “fora do ar” telefonicamente. Nem carece entrar no mérito, é grande (comum na maioria) das vezes que o uso do celular é fútil, não acrescenta e sim impede (desvia) a atenção tão primordial ao aprendizado. 
            A lei é um atestado da tamanha incapacidade dos pais e professores.
            É comum (embora não deva ser normal!) parte dos estudantes esquecerem livro em casa, e, na sala de aula, emprestam lápis, caneta. Ou ainda pela desatenção flagrante ao não saber das atividades do dia, tarefas que ignoram, tudo porque estavam “conectados com o mundo”, da lua, possivelmente. Professores devem dar o exemplo, desligando o celular, se o deixarem no silencioso, estarão olhando número ou mensagens, certamente interrompendo a própria atuação em sala, péssima e inadmissível conduta. Caso realmente ocorra algo de grave, estudantes e professores serão encontrados nos locais de trabalhado, avisados pela escola.
            “Qualquer tipo de aparelhos/equipamentos eletrônicos durante o horário de aulas nos estabelecimentos de educação de ensino fundamental e médio no Estado do Paraná”, é o texto do Artigo 1º da Lei nº 18.118, em vigor desde 24 de junho deste ano. Só será admitido o uso deles se a finalidade for pedagógica. Cada escola irá adotar medida que julgar a adequada como sanção. Tem quem possa achar exagero ou humilhação recolher o aparelho. Não! Se constatada a tentativa ou transgressão, a conduta evidencia que o estudante sequer poderá ficar o aparelho.       
            Existirá um dia que estudantes se revoltarão com os pais ou professores porque querem dinheiro para comprar um livro, e não para porem crédito no celular!?   
Fases de Fazer Frases
            Furtivo é o tempo que acaba sem aviso, furtadas as horas.
Olhos, Vistos do Cotidiano
            Enquanto pessoas expressam preocupações e cobram/criticam candidatos à presidência, com temas como o aborto, em nome da vida são centenas e diárias notícias de pessoas morrendo sem darem entrada hospitalar, à míngua nas macas, sem quem as atenda, como se não existissem, cadáveres não sepulcros, abortados pela insensibilidade/incompetência humano-governamental. 
Reminiscências em Preto e Branco (I)
            Foi se o tempo em que candidatos pediam voto do eleitor; e o eleitor dava o voto. É maior o número de candidatos que se oferecem para comprar o voto, assim como cresce a quantidade de eleitores que se oferecem para vendê-lo? A política será tudo questão de preço? É o fim do apreço?  
Reminiscências em Preto e Branco (II)

            O passado responde o que é o amor, quando ele não mais existe no present
e. 
Coluna de José Eugênio Maciel publicada domingo (07/09/14) no jornal Tribuna do Interior em Campo Mourão -PR. Maciel é pioneiro mourãoense, professor, sociólogo, advogado, membro das Academias Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná., 

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