15 de set. de 2022

PENSE NISSO, por Ester Piacentini


Parece meio maluco, mas sempre que perco alguém que conhecia e admirava, por alguma de suas qualidades, me pergunto quem sou?
Você já parou para pensar?
Há quem diz que fica meio confuso. Mas me questiono, para medir o que tenho feito por mim.
Não é egoísmo, é atenção. 
Prega-se o tempo todo o cuidado que devemos ter pelos idosos,
pelos filhos, pelos enfermos, pela natureza. 
E “Eu”, onde fico na história, qual o tempo que dedico a mim. 
Será que cuido dos meus pés o tanto que deveria? Este membro tão esquecido do corpo, pois, cuidamos da nossa pele, do nosso cabelo, do nosso corpo para mantê-lo em forma. 
As mãos para que estejam sempre bonitas, as unhas do pés, mas muitas vezes esquecemos de massageá-lo, nem lembramos que massageando-os ativa toda nossa circulação, evitando muitas vezes problemas sérios, em nossa saúde, aprendi, em uma ocasião que precisei, massagear os pés para ativar a circulação. 
Vou ao cinema quando tem alguma fita que quero ver, mesmo que não tenha companhia?
Saio no meio do dia, seja qualquer um para tomar um sorvete só porque me deu vontade?
 MSaio para olhar as vitrines, só para encher os olhos?
Me sento em algum destes bancos no calçadão só p’ra ver as pessoas passarem?. Engraçado! 
quando paro pensando neste assunto, sinto que não cuido muito bem de mim. 
E, logo eu que sou apaixonada por mim. 
Quando as pessoas que deixam lições de vida se vão, me pergunto: será que elas fizeram por elas mesmas alguma coisa?
ou só pensaram em deixar bens materiais, para que seus herdeiros travem batalhas judiciais pelo melhor quinhão?
Parece tétrico, mas o que você tem feito por você?
Tem vivido os melhores momentos com sua família?
tem dado boas gargalhadas?
tem tomado sorvete no meio da tarde?
sentado no banco da praça? 
Ou andado pela rua para ver nada, só por andar,
não para caminhar a passos largos mantendo a forma. 
A vida é séria, é de muito trabalho, é de muita responsabilidade... 
Mas é muito curta!
Me lembro de um depoimento que ouvi há alguns anos. 
Estava em um desses grupos que se reúnem para bater papo, em algum chá, e uma das componentes do grupo, começou a contar a história de uma parente distante. 
Comentou que a senhorinha havia ficado viúva, passados os primeiros meses da viuvez, ela resolveu a viver a vida plenamente dentro dos seus padrões que a sociedade lhe oferecia.
Então ela descobriu que há anos ela não tomava sorvete, porque seu companheiro não gostava, que também nunca mais havia ido ao cinema, que suas roupas também seguiam um padrão confortável, elegante, mas o que ela gostava havia sofrido mudanças, para agradar seu companheiro, e assim por diante.
 A partir desta sua análise, ela resolveu romper com paradigmas,e aproveitar um pouco mais da vida dentro do contexto que lhe era oferecido.
 Comprou um carro moderno, contratou um motorista, uma governanta, conversou com os filhos a respeito de suas descobertas e foi procurar ser mais feliz durante o tempo que a vida lhe proporcionaria. 
Na maioria das vezes o nosso comportamento é esse. 
Para agradar ao outro esquecemos a nossa identidade, seja mulher, seja homem. 
O importante é eu saber quem sou,  e também dispensar cuidado a quem está comigo no meu dia-a-dia, sem sufocar ou ter acesso de possessão.
 Mas não esquecer quem sou. 
 Pense nisso!
- Ester de Abreu Piacentini, empreendedora, professora, fundadora da cadeira 29, na Academia Mourãoense de Letras. 

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