Tânia Zanela, gerente da OCB: “Cooperativas são centros de inteligência e desenvolvimento”
“O cooperativismo tem a capacidade de envolver
as pessoas em torno de um objetivo em comum. Sempre foi e sempre será assim.
Faz parte da essência das cooperativas atuar pelo bem-estar dos seus
cooperados, empregados e comunidade. Então, quanto mais as pessoas conhecerem o
cooperativismo, mais esse modelo de negócios vai poder transformar a realidade
do nosso país. Quero destacar que as cooperativas funcionam como centros de
inteligência e desenvolvimento para os cooperados, balizam os preços no mercado
onde estão localizadas e são indutoras de crescimento em suas localidades.” A
afirmação é da gerente geral da Organização
das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tânia Zanella, também vice-presidente do Instituto PensarAgro (IPA), onde
atua pela defesa das cooperativas agropecuárias e das produtoras rurais do
país.
Na edição de março/2021, Tania foi entrevistada na Revista Coamo e abordou
questões importantes sobre o cooperativismo, participação feminina neste movimento
que vive um bom momento, entre outras.
MULHER NO COOPERATIVISMO – “Em
termos percentuais, vemos que tem havido um crescimento na participação
feminina – mas ainda podemos avançar. Segundo o Anuário do Cooperativismo
Brasileiro, da OCB, em 2019, 38% do quadro social era composto por mulheres.
Esse número cresceu em relação a 2018, quando o percentual era 36%. Por outro
lado, em 2019, apenas 17% dos cargos de presidência ou vice-presidência das
cooperativas eram ocupados por mulheres. Durante o 14º Congresso Brasileiro do
Cooperativismo, Roberto Rodrigues lançou um desafio: que cada cooperativa
tivesse ao menos um jovem e uma mulher em seu Conselho de Administração. E por
que não? Concordo que essa seja uma ótima maneira de contribuir com uma maior
igualdade de gênero e oportunidades, além de trazer benefícios diretos às
cooperativas. Estudo de 2018, da consultoria McKinsey, afirma que organizações
com mais diversidade (gênero, cultural e étnica) são 43% mais propensas a terem
melhores resultados econômicos. Fica o desafio!
FOCO DA OCB – “ A OCB foi criada para ser a voz das cooperativas brasileiras. Estamos
sempre presentes, mostrando todos os benefícios que o cooperativismo é capaz de
trazer para as pessoas e o país. Assim, nossa atuação junto aos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, com a imprensa e com organismos
internacionais está focada na busca de conquistas e avanços para o setor. Nosso
foco é levar o cooperativismo, suas necessidades e potencialidades em todos os
ambientes. O modelo cooperativista merece essa representação e esse espaço. O
trabalho não é simples, mas o comprometimento das nossas equipes é singular.
Por isso, mesmo no contexto da pandemia, conseguimos obter tantas conquistas no
ano passado.
MOMENTO DO COOPERATIVISMO
– “Acredito que o cooperativismo vive, atualmente, o seu melhor momento em
termos de consolidação. Veja: se, antes, já eram perceptíveis as mudanças que
vinham ocorrendo no perfil do consumidor, agora, mais do que nunca, a decisão
de consumir leva em consideração diversas variáveis que conversam com nosso
modelo de negócio: produtos e serviços nacionais, que provêm de uma gestão
democrática, participativa e transparente.
INOVAÇÃO – “Com a pandemia,
o setor também deu um salto em inovação. As cooperativas que ainda não estavam
inovando perceberam que esse é um fator essencial para a sustentabilidade do
nosso modelo de negócio. Em pesquisa realizada em 2021 pela OCB, levantamos que
mais de 84% das cooperativas consideram a inovação como fundamental. Entendo
que pensando e repensando nosso jeito de produzir ou prestar um serviço, com
estratégia, inovação e, acima de tudo, considerando as pessoas como parte
essencial de todos os processos, teremos condições de aproveitar as
oportunidades que estão surgindo, mesmo antes do período que já chamamos de
pós-pandemia.”
CENTRO DE INTELIGÊNCIA -“O cooperativismo tem essa capacidade de envolver as pessoas em torno de
um objetivo em comum. Sempre foi e sempre será assim. Faz parte da essência das
cooperativas atuar pelo bem-estar dos seus cooperados, empregados e comunidade.
Então, quanto mais as pessoas conhecerem o cooperativismo, mais esse modelo de
negócios vai poder transformar a realidade do nosso país. As cooperativas
funcionam como centros de inteligência e desenvolvimento para os cooperados,
balizam os preços no mercado onde estão localizadas e são indutoras de
crescimento em suas localidades. E fazem tudo isso cuidando das pessoas ao seu
redor. "
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