"Como professora, gosto de trabalhar com projetos porque entendo que toda associação deve ter uma dimensão social." Este é o pensamento da professora Cida Freitas, aniversariante deste 14 de junho. Professora, escritora, poetisa, empreendedora, confreira da Academia Mourãoense de Letras (AML), fundadora da cadeira 08 e Comendadora da AML.
PESSOA COMUM - "Sou uma pessoa comum que sonha e luta por um mundo melhor a partir do que posso fazer. "
Meu nome foi escolhido por minha mãe que havia sofrido um aborto antes de ficar grávida. Como era muito devota de Nossa Senhora Aparecida, a mãe fez a promessa de colocar o nome dela caso a gravidez transcorresse normalmente."
E assim nasceu a Cida, a
filha do seu Júlio e da dona Palmira. Se estivesse vivo um dos maiores do rádio esportivo Fiori Gigliotti diria: "Cida Freitas, a menina encantadora e idealista da bela Santa Mariana, do Norte pioneiro do Estado do Paraná."
INÍCIO - "Como a maioria dos brasileiros, venho de uma família muito humilde. Comecei a trabalhar cedo. Nunca aceitei a miséria. Buscava uma forma de transformar minha realidade. Quando comecei a estudar, percebi que eu poderia abrir portas através do conhecimento. E prometi para mim mesma que meus irmãos menores e meus filhos não passariam pelo sofrimento que eu e meus irmãos maiores passamos. Então me dediquei o mais que pude."
MEDALHA - "Sempre me destaquei na escola. Recebi a medalha de aluno destaque no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e no curso Superior. Também no Bazar Nelson, onde trabalhava com mais 6 pessoas, fui destaque, tanto que o Nelson Giacometti me passou a gerente de vendas. Então, não tive problemas para conseguir trabalho."
PROFESSORA - "Terminei meu curso superior em dezembro de 1988 e em março do ano seguinte já havia sido aprovada no teste seletivo para atuar como professora na mesma instituição. Mas comecei como professora no Distrito Panema, em Santa Mariana, em 1968."
POETISA, PROFESSORA OU ESCRITORA - "Você pergunta se é mais fácil ser professora, poetisa ou escritora? – Não acho difícil nem uma coisa nem outra.
Ser professora era um sonho que eu acalentei durante toda a vida. Nos anos 60, professor era uma profissão respeitada. Ser professor era o sonho de muita gente. Depois, com a manipulação política, professor ficou sendo categoria de segunda classe. Eu me lembro que aos 4 anos de idade meu pai me perguntou: O que você vai ser quando crescer? E eu, mais que depressa: “Pofessola”. Então isso já estava escrito.
Poetisa, nunca soube que eu seria poetisa nem sonhei com isso. Mas sempre fui meio diferente, como dizia minha mãe. Em minha casa sempre convivemos com música. Meu pai- um autodidata em músi ca- tocava bandolim, cavaquinho, violão, acordeon, violino.
Minha alma ficou impregnada de musicalidade. Dependendo da música, eu sentia algo como uma saudade de não sei o quê, ou uma sintonia com Deus, depois chamei a isso de inspiração. Penso que fui influenciada pela veia artística de meu pai e tios.
Quanto a ser escritora, sempre gostei de escrever. Minhas melhores notas na escola era em Língua Portuguesa. Redação era o meu ponto forte. Eu trabalhava minhas carências, minhas angústias, minhas decepções, escrevendo diários. O diário era meu psicólogo. Contava tudo a ele e chorava muito. Depois de algum tempo eu relia tudo e via que a dor havia passado. Escrevendo aprendi a ser paciente com as tristezas e decepções."
NASCE UMA POETISA -"Desde criança escrevia muito, mas nunca soube se eram poemas. Em 1987, quando perdi meu pai, escrevi aquele que considero meu primeiro poema "PAI". Mas foi pelo Varal de Poesias da Fecilcam que meus poemas foram vistos pela primeira vez. Participei com 5 poemas e tive 3 classificados.
Pois é, acho que é um processo natural quando a inteligência lingüística é mais desenvolvida. Para ser sincera não sei quantos poemas tenho, vou escrevendo, às vezes publico, às vezes não. Mas tenho livros publicados além da participação em coletâneas, revistas e jornais."
Feliz aniversário Cida Freitas, relembrando e se emocionando com sua origem e história de vida. Deus seja louvado por sua existência e convivência conosco.
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