Com a mesma facilidade com que faz parceiros nos negócios, o Meireles os perde. E sempre em meio a ressentimentos e chateação.
Ele é um homem bom demais. E religioso. Quando tudo vai bem, ele se vê como bom sujeito. Mas quando não vai como espera, já se põe a achar-se pecador e a pensar que está sendo castigado. É um cara confuso. Deseja ser benfeitor de todos, dividir suas coisas e ajudar quem está em dificuldade. O problema é que ele espera que D-us o recompense por isso e que as pessoas sejam agradecidas. De D-us não posso falar nada. Mas quanto à gratidão das pessoas? Triste ilusão.
Ser grato é virtude de poucos. Baltasar Gracián, bispo católico do século XVII, escreveu que: “O sábio prefere necessitados de si do que agradecidos. A gratidão vulgar vale menos do que a esperança cortês, pois a esperança tem boa memória, enquanto a gratidão é esquecida, pois, quem já matou a sede dá as costas à fonte”.
O outro grave erro do Meireles é não escrever o que combina com os parceiros. Na falta de clareza e em meio a bagunça e confusão, o parceiro age como bem lhe parece. Aaaaaaah! O seu Meireles fica afetado e sente-se traído, especialmente se o fulano ganhar uma grana.
- “Mas, cá entre nós, Meireles. O que você combinou?”
Ele dará a resposta mais “viajada” do mundo a essa pergunta, demonstrando sua boa intenção e exaltando sua histórica bondade. Mas nada dirá com clareza do que tenha firmado com o parceiro.
Culpar-se ou jogar o ônus nas costas do outro de nada adianta, agora. Então, ele reza e clama aos Céus que enviem um raio sobre a cabeça do fulano a quem ele julga traidor.
Por que não fazer a coisa certa desde o começo?
O preço da desorganização é alto demais.
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Abraham Shapiro é consultor e coach. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é "simplicidade". É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome". E-mail: shapiro@shapiro.com.br Fone: 43. 8814.1473
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