"Grande Pátria, desimportante, eu vou te trair. Não, não vou te trair”Cazuza
O Brasil pouco conhece sobre a própria história. Na acomodação que não mais pode ser chamada de “santa ignorância”, preferimos supor falsamente que a história acontece sem que nada pudéssemos fazer ou deixamos tudo por conta dos “voluntários, líderes” aqueles que “têm tempo pra isso”.
A história é também desculpa, a tradicional, que é o desconhecimento e a falta de interesse pelo nosso passado, e a história que parece nos condenar das eternas condições, complexo de colonizados espraiados na grande extensão territorial dos muitos brasis.
Apesar de toda impregnação das mazelas seculares evidentes no cotidiano das injustiças sociais tem quem esteja cansado, indignado, revoltado, tem os que querem ao menos tentar fazer alguma coisa, como não calar-se, não dizer amém, sim senhor.
É como se o povo procurasse fazer brotar o novo, ainda que no lodaçal fétido, penúria, e diz a canção, “miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes”.
É lugar-comum afirmar que o 7 de Setembro nos faz lembrar que não somos patriotas e que o Brasil está longe de ser independente. E é comum não ter lugar para tão triste constatação. Porém, retomando a flor que brota incipiente no lodaçal da corrupção instituída ou sutil, sobretudo impune, as manifestações de junho, legítimas, gigantescas, fizeram a elite política dominante ceder, recuar, propalar até mudanças, não passando de um recuo tático. O risco de tudo cair no esquecimento se não é evidente é iminente.
Naquelas manifestações foram mostrados os vândalos, apontados com veemência o fato de esconderem os rostos. Autoridades policiais e políticas – tudo no mesmo comando - se apegaram à nossa Constituição Federal quanto a proibir o anonimado de qualquer manifestação.
Ora, e os canalhas que não mostraram a cara lavada, perfumada e com muita cera de peroba, ao votarem pela absolvição do deputado ladrão Donadon? O que eles são? Vândalos, esconderam a cara, foram cínicos e ao mesmo tempo covardes, estão pouco se lixando pelo clamor das ruas,também porque o povo só é importante na hora de pedir o voto, o povo desdentado, que fede, insuportável, longe de se comparar com o ar condicionado, fresco, com o aroma dos perfumes importados, típico dos palácios. Votaram para acobertar o deputado já condenado e contaram com a mais torpe e bandida ação comandada pelo PT que não compareceu à sessão. A ação engendrada tem como intuito agir igualmente quanto aos deputados condenados por causa do“mensalão”.
O patriotismo é também um estado de espírito, implica numa série de considerações. Ele permite o direito livre das pessoas acreditarem ou não que somos independentes, que somos livres e que ditamos nossos destinos. E que podemos mostrar ou não a nossa cara, cara para bater, cara livre ou enfocada por de trás das grades, por de trás da história.
Cara que pode promover o vandalismo ante à “ordem estabelecida” de cima para baixo, fazendo lembrar a canção, “eu sou do povo, eu sou um zé ninguém, aqui em baixo as leis são diferentes”. Afinal, ladrão em Brasília é a excelência, absolvida pelo bando da pária. E não a pátria.
Fases de Fazer Frases (I)
É preferível um rebelde sem causa a um omisso possuidor de todas as desculpas.
Fases de Fazer Frases (II)
O encalhe encalistrado vem a calhar. Cala-se não quem abre a boca, mas que a fecha.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Para este escrevinhador, todos os leitores desta coluna são ilustres, a nossa razão de ser. Noemia da Conceição Ambrózio e Kelly Cristina Ambrózio sempre acompanham com grande interesse este espaço. Elas são mãe e filha. Noemia é copeira do CENSE – Centro de Socioeducação de Campo Mourão e Kelly é soldado de primeira classe da Polícia Militar, trabalha na sede do Batalhão de Campo Mourão. Humilde, trabalhadora dedicada, mãe zelosa e inspiração de vida, Noema criou os três filhos com extrema dedicação e ternura. A Kelly é um exemplo, ela emocionou a mãe na formatura como soldado. Noemia conta orgulhosa que a Kelly começará a cursar Direito o ano que vem. Eu sou grato pelo prestígio delas.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Embora tenha morado pouco tempo em Engenheiro Beltrão e hoje residindo em Joaçaba, Santa Catarina, há mais de 20 anos, Sidnei Sampaio afirmou, “você sabe chamar a atenção de quem lê, saber ser sério e tem bom humor quando precisa”. E completou: “você é um grande memorialista!”, ressaltou. Ao respondê-lo para agradecer tamanha honra de ser ele leitor da Coluna, confesso que não tinha sido chamado ou eu pensado sobre ser “memorialista”.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
João Francisco Rocha, 85 anos. Um dos mais antigos taxistas de Campo Morão. Jango amassou barro, comeu poeira, conhecia cada carreador, transportava seus passageiros com educação e bom humor. E tudo principiou nos anos 40, sempre com disposição para fazer e cultivar amizades. Na sua última corrida, descanse em paz.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Darcy Ribeiro, grande antropólogo, pensador e político brasileiro concluiu sobre o nosso país, ao afirmar: Enquanto outros povos vivenciaram um processo de civilização, o Brasil infelizmente foi tomado por um processo de sifilização.
José Eugênio Maciel, professor, sociólogo, escritor, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.
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