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21 de dez. de 2011
COLUNA DO PROFESSOR JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: Preparativos, ativos, peritivos, potes abertos
[...]
Casa com vida é aquela em que a gente entra e sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer/ hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma/ pra ficar com a cara da gente.
[...] Carlos Drummond de Andrade – Casa Arrumada
As festas, natalinas, fim e começo de ano, se caracterizam desde já com uma série de preparativos. Cada época que se prepara é lembrada a do ano anterior, ou melhor, vem um turbilhão de confraternizações passadas, a memória à tona.
A arrumação da casa, tudo tem que ser bem limpo, faxina geral, trocas de cortinas, por exemplo, lençóis, para citar apenas alguns aspectos, a mesa com a feitura dos assados, doces, enfim uma intensa movimentação, detalhes verificados, aspectos gerais. Gente chegando, abraços, encontros. O grande escritor conterrâneo de Drummond, o Otto Lara Rezende, ao modo mineiro de ser e de se expressar, disse, “o melhor da festa é a preparação dela”.
Tanto trabalho e tudo passa rápido, evidentemente quando estamos felizes e partilhando com as pessoas que amamos, tudo que fizermos de bom juntos é tão intenso e maravilhoso que não notamos o tempo passar.
E o tempo de outrora que parecia não passar e que estava presente com as nossas alegrias incontidas e revividas em novos momentos, é mesmo de felicidade, mas uma felicidade que não pode ser a mesma porque, com o tempo implacável, algumas pessoas saem definitivamente de cena.
Muitos passam pela experiência que irei pela primeira vez passar, um natal sem a presença daquela que dava e representava toda a importância, ela que queria os filhos reunidos, ligava para eles e nos recebia no portão, de braços e corações abertos. O meu pai se foi antes, Eloy Maciel gostava de festa em casa com a família reunida, nos brindava na cabeceira da mesa. A mãe passou a ser a referência dele a se somar com a dela, ambos especiais em tudo, presentes maiores e únicos.
Suponho que será uma mescla de grande tristeza alegre, ou de uma grande alegria triste. Aqueles momentos não serão os mesmos, mas a família continuará a se reunir, enaltecer a grande felicidade de natais especialmente encantadores e maravilhosos que meus pais proporcionavam e que podemos lembrar nos reunindo, talvez (quase certo) pela última vez naquele endereço em que eu e a maioria dos meus irmãos nascemos e vivemos. Com enorme orgulho para agradecer o sentido que eles dois nos deram, de vida.
Lágrimas expressam intensamente o que pode parecer contraditório, choramos de alegria e de tristeza, lágrimas que escorrem alegres/tristes/tristes/alegres.
Fases de Fazer Frases (I)
Tem quem carregue dicionário, mas não tem palavras.
Fases de Fazer Frases (II)
Tem quem possua dinheiro, mas não tem riqueza.
Fases de Fazer Frases (III)
Tem quem disponha de ocasião, mas não tem oportunidade.
Fases de Fazer Frases (IV)
Tem quem seja feito de boas intenções, mas não pratica boas ações.
Fases de Fazer Frases (V)
Tem quem se cerca de intensa luminosidade, mas não é repleto de luz própria.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
No início do mês o Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom) anunciou a compra dos jornais O Estado do Paraná e a Tribuna do Paraná, que pertenciam ao Grupo Paulo Pimentel, ex-governador do Paraná. Nomes que representam marcas fortes, principalmente na capital do Estado, é oportuno destacar, no caso de O Estado do Paraná, a presença expressiva do referido veículo, sendo o único meio impresso curitibano que noticiava os que eram contra o regime militar golpista pós-64. Pimentel suportou as pressões, e cobria o noticiário político, como dos parlamentares então abrigados na única legenda oposicionista permitida (época do bipartidarismo), o MDB. Aliás, a tradicional Gazeta do Povo, do GRPCom, foi por muitas décadas uma espécie de “diário oficial” do regime e dos governos nomeados no Paraná, tendo passado, nos últimos anos recentes, por uma ampla reformulação, incluindo a linha editorial.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Com atenção que lhe é habitual, o professor e amigo Agnaldo Feitoza agradeceu o Artigo desta Coluna do domingo anterior, intitulado A generosidade, feitos do Feitoza. Não era necessário agradecer, mas cabe e o registro.
Reminiscências em Preto e Branco
A Gazeta do Povo, embora o Jornal tivesse um moderno parque gráfico, a diagramação era arcaica e o conteúdo também. Para se ter uma ideia, a página dois (considerada em qualquer jornal uma das mais nobres), ela trazia a relação dos dias e locais das feiras, entre outras informações úteis, mas corriqueiras, como horóscopo e itinerários dos ônibus. Notícias, mesmo, se espraiavam nas outras páginas seguintes.
José Eugênio Maciel, mourãoense, filho de pioneiros, professor, sociólogo, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras. Ele escreve sua coluna aos domingos no jornal Tribuna, que é republicada no site do jornal e neste BLOG.
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