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21 de nov. de 2011
COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Ordem e Progresso
As cores de nosso símbolo nacional parece que estão mais fortes. E não só no esporte. Temos mesmo que acreditar mais nas nossas riquezas e buscar sempre mais ordem e progresso, apesar da crise que abate o mundo.
A Presidente Dilma Rousseff sabe que a crise é “forte” e deve ser “duradoura”. Acha que o impacto sobre o Brasil será menor agora do que foi em 2008. Mas rema na contramaré dos mandachuvas da Europa e dos EUA: "A minha pauta é completamente diferente da pauta dos países desenvolvidos. Os países desenvolvidos discutem crise, dívida soberana e dívida de bancos… Nós, aqui, discutimos investimento, redução de imposto, crescimento e como é que nós vamos cada vez mais ampliar o espaço do Brasil no mundo."
Houve um tempo em que o pedaço desenvolvido do mundo flutuava sobre o mercado sem controle enquanto o resto do planeta se afogava... Agora o Brasil é olhado com outros olhos pelos países desenvolvidos, mas é importante estar com os pés no chão, colocar suas “barbas de molho” como diz o ditado e aprender as lições das consequências da crise mundial sobre todos os países, tanto os desenvolvidos, os em desenvolvimento, os pobres...
Nas palavras do economista Carlos Lessa "A presidente sabe que a crise mundial, explicitada em 2008, será de longa duração e que o mundo pós-crise não é previsível, mas haverá a modificação geopolítica do planeta, uma profunda onda de inovações tecnológicas e alteração em padrões comportamentais". Mas a presidente é economista e sabe que é importante controlar a inflação, reforçar o sistema bancário oficial, expandir o crédito reduzir os juros básicos para incentivar a produção e consumo interno.
Conhece bem a perversa tendência do sistema financeiro de, em tempos de crise, adotar políticas defensivas que aprofundam a crise. A preferência pela liquidez desvia as empresas da realização de investimentos de ampliação de capacidade produtiva e passam a optar por aplicações financeiras. As organizações bancárias e do mercado de capitais tendem a restringir empréstimos, guardar recursos e aprofundar assim a tendência à fase depressiva da economia. As empresas, acreditando na crise, adotam uma conduta de recessão, de paradeira que acelera e aprofunda a crise.
É o que está acontecendo nos EUA, onde, apesar do Fed (Federal Reserve) ter adquirido ativos podres e duvidosos e injetado volumes colossais de recursos no sistema bancário americano, os bancos não estão reativando a economia, estão cautelosos no crédito, prosseguem com a execução de hipotecas imobiliárias e paralisam a atividade da cons
trução civil.
A família americana hoje vê o futuro com angústia e decidiu pela contenção do consumo, que aprofunda o inquietante processo depressivo. Também na Europa os bancos da zona do euro não conseguem coordenar suas políticas nacionais, endividamentos, recessão e aprofundamento da crise. Tanto os EUA quanto a comunidade européia estão reduzindo importações, atingindo assim a China, que vinha sustentando o crescimento com suas exportações.
Aprender com a crise e ter em vista um projeto nacional, atuando com o olhar firme, coordenando todas as ações econômicas, políticas, sociais para atuar em direção ao sonho de um Brasil justo, sério (sem corrupção) e próspero é o que esperamos de nossos governantes.
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC-majocalderari@yahoo.com.br
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