25 de mar. de 2011

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Tecnologia do futuro, impotência do presente....


Enquanto partículas radiativas, provenientes do Japão, já foram constatadas na costa americana do Pacífico, na Islândia, o Brasil montou o maior esquema de segurança para receber o presidente Obama.
Mas os cientistas tentam “tranquilizar” dizendo que a radiatividade dessas partículas não causa dano à saúde... Mas o efeito da radiatividade é ainda desconhecido. É inofensiva como foi o fumo por tantas décadas, a cocaína no século 19, as emissões industriais por 200 anos... Mesmo sabendo que o povo brasileiro é cordial e não costuma matar seus presidentes, a segurança dos EUA exigiu o máximo de cuidados para proteger a vida de um homem. Que bom se todas as vidas fossem protegidas com o mesmo cuidado.

"Vocês têm o dobro de todas as reservas petrolíferas dos Estados Unidos", reconheceu Obama. Ou seja, o Brasil tem mais petróleo do que EUA, Canadá e México juntos. Será o quatro lugar mundial entre os exportadores de petróleo e de gás natural. É essa superpotência energética que Obama veio cortejar apesar da intervenção militar na Líbia, aumentando a instabilidade na zona petrolífera da qual os EUA dependem historicamente, apesar da ameaça de contaminação nuclear de Fukushima já bater ás portas do mundo. Obama lembrou que o Brasil de hoje não é só uma superpotência agrícola e em matérias-prima, é um gigante industrial, uma superpotência energética também em outros setores, como a Economia Verde, na qual o Brasil é um mestre com o qual os EUA poderiam aprender muito. "Cerca de 80% da sua energia é gerada pelas centrais hidrelétricas". E calcula-se que só 30% do potencial hídrico é explorado.

"Vocês são os líderes mundiais em biocombustíveis", admitiu Obama. O Brasil gera 45% da sua energia (incluindo combustíveis) do bioetano, o mais "verde", o menos poluente e o mais eficiente na utilização dos recursos naturais, porque é produzido a partir da cana-de-açúcar, sem subsídios do milho norte americano defendido pelo próprio Obama, quando estava em campanha eleitoral. O milho produz um combustível muito menos "verde", mais dispendioso no uso de recursos naturais e que faz concorrência à alimentação humana. O futuro do diálogo EUA-Brasil dependerá também da capacidade de Washington de reduzir as suas barreiras aos produtos brasileiros.

E as imagens do Japão continuam mostrando ao mundo que no país da tecnologia do futuro reina a impotência do presente. Quando todos os custos são considerados, a energia nuclear é provavelmente a forma mais cara, mais “suja” de produção de energia. Sua contaminação dura centenas, milhares de anos (??) Quem sabe agora o mundo vai investir mais nas melhores fontes de energia limpa são o sol e o vento, entre outras.

Mas do Japão vem também imagens de coragem, heroísmo dos novos kamicases do século 21, os bombeiros e trabalhadores que continuam arriscando a vida na usina de Fukushima... Da força de vontade e determinação do povo japonês que em seis dias reconstruiu uma estrada, concretizando a “profecia” de um motorista brasileiro, parado no congestionamento da estrada para o porto de Paranaguá: “Vão reconstruir o Japão antes de consertarem essa estrada...”

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC.

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