Nesta semana mais uma vez a violência e desequilíbrio da natureza nos assustam e fazem pensar na urgência de ações globais para evitar mais catástrofes naturais com suas terríveis consequências para a vida. E quando acontecem tsunamis, terremotos, enchentes, tornados, furacões, secas as maiores vítimas são sempre os mais pobres, que moram em áreas de riscos, na beira dos rios, nas encostas, que tem casas mais frágeis e desprotegidas ( “é a parte que lhes cabe neste latifúndio...”). Mas as consequências das alterações climáticas afetam a todos e toda a economia, especialmente na produção de ali mentos.
São tantos os gritos de alerta que vem de entidades idôneas alertando os governantes para a grandiosidade do problema. Quatro milhões de crianças em todo o mundo estão ameaçadas segundo a organização Intermón Oxfam que chamou a atenção para o fato de que poderão morrer caso os países ricos não destinarem fundos adicionais para que os países pobres lutem contra a mudança climática e desviem para este fim as ajudas para o desenvolvimento já comprometidas.
Esta é uma das conclusões do relatório Para além da ajuda, que a Oxfam Internacional publicou em setembro, dias antes da Cúpula sobre a Mudança Climática, que foi realizada no dia 22 de setembro na sede da ONU, em Nova York, onde se debateu os financiamentos para enfrentar este fenômeno global. A mudança climática é uma grave ameaça para os habitantes dos países pobres que, sem um apoio adequado para se adaptarem a ela, “seu efeito pode representar uma espiral em queda para maior pobreza e vulnerabilidade”.
“Com 20 milhões de pessoas ameaçadas com a subida do nível do mar, 26 milhões de deslocados em consequência direta da mudança climática e muitas que podem passar fome ou morrer por culpa das crises climáticas, nunca foi mais urgente o duplo desafio de combater a pobreza e paliar a mudança climática”, assinala o relatório.
Outro estudo coordenado pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar (IFPRI, na sigla em inglês), diz que vinte e cinco milhões de crianças em todo o mundo vão passar fome em 2050 por causa da escassez de alimentos, cuja produção vai sofrer uma redução de 20% causada pelo aquecimento global. Eles colocam ainda mais pressão nos líderes mundiais a pouco mais de dois meses da reunião de cúpula da ONU, em Copenhague, quando deverá ser acertado um novo acordo climático para suceder o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
O estudo afirma que a escassez vai levar à alta dos preços de alimentos básicos, como trigo, soja e arroz (este pode sofre aumentos de até 121%). Seus autores lembram que as crises do ano passado, quando a falta desses produtos gerou protestos em vários países, foram um alerta para a gravidade desse problema. Deveremos ter um aumento de 50% na população do planeta até 2050 e conseguir produzir alimentos para tanta gente já seria um grande desafio, mesmo se não houvesse aquecimento, diz o estudo
Mas nossos políticos estão mais preocupados com questões “mais importantes”como: sua continuidade política, seus “acordos” para manter seus amigos no poder, aumento no número de vereadores, a defesa da “democracia” dos amigos ditadores como Chaves, Zelaya aqui na América e outros ditadores do mundo, o emprego de seus parentes e amigos, e dos candidatos com ficha suja, e a BOLA DA VEZ: o Brasil sediar as olimpíadas... Sim, nós podemos ser o país das Olimpíadas. Mas podemos muitos mais. A potência das águas, da produção de alimentos, da integração das raças, do calor humano pode contribuir para um mundo melhor!
Podemos começar fazendo a “lição de casa”: Reformas política, administrativa, judiciária, contenção dos gastos, da corrupção, desburocratização, incentivo à pesquisa e à produção alimentar, industrial, à geração de empregos... Isso “sim, nós podemos” e devemos fazer agora...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br
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