No total, foram registrados 192 óbitos no país desde 28 de junho e no mundo, 1.462 morreram desde o surgimento da doença, em abril. A nova gripe já matou, por dia, mais de quatro pessoas no Brasil. Nos 43 dias que se passaram desde a primeira morte no país, ocorrida em 28 de junho, até o último dado oficial do Ministério da Saúde, do dia 9 de agosto, o país registrou 192 óbitos causados pela doença, o que representa uma média de 4,46 mortes ao dia.
O número total de mortes foi divulgado nesta terça-feira (11) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Até o dia 5 de agosto, de acordo com o Ministério, a taxa de mortalidade no Brasil era de 0,05 por cem mil habitantes.
Nos Estados Unidos, a primeira morte provocada pela doença foi de uma criança de 23 meses, do Texas, conforme confirmaram as autoridades federais em 29 de abril. No total, segundo boletim do Ministério da Saúde de 5 agosto, os Estados Unidos tiveram 353 mortes. Nos 98 dias entre a primeira morte e o dia 5 de agosto, morreram em média 3,60 pessoas por dia. Segundo o Ministério, em 5 de agosto, a taxa de mortalidade nos EUA era de 0,11 por cem mil habitantes.
Para o infectologista Jacyr Pasternak, do Hospital Israelita Albert Einstein, a mortalidade no Brasil não é alta. “Todo ano morre gente de gripe. Se pensarmos em termos absolutos, a mortalidade não é alta, mas é uma gripe que, em vez de atingir crianças pequenas ou idosos, ataca jovens, grávidas e pessoas saudáveis também. Isso é o que mais assusta”, afirmou ao site G1.
O médico ressalta que, apesar de afetar pessoas que normalmente não sofrem com gripe, não há motivos para uma preocupação exagerada em relação ao vírus H1N1. “Agora, o governo deve minimizar os danos, atender quem precisa e preparar a vacina para o ano que vem. Preocupado todo mundo fica, mas não é um número tão assustador assim”, afirma.
Segundo Pasternak, quando o paciente recebe um bom atendimento médico, consegue superar a doença. “No Brasil, temos uma diferença enorme, com locais em que o socorro é muito bom e lugares com péssimo atendimento médico. Na Argentina, morreu muita gente porque o atendimento médico lá está sucateado, mas no Chile, que tem atendimento bom, morreu pouca gente. Em números absolutos, os Estados Unidos teve mais mortes, mas também tem uma população maior”, disse.
De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados em 5 de agosto, a Argentina registrou 337 óbitos, enquanto o Chile confirmou 96 mortes.
A médica infectologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Nancy Bellei concorda que o cuidado que os doentes recebem também influencia no número de mortes. “Um paciente que está em uma UTI muito boa consegue prolongar a vida em relação a um paciente que está em um lugar onde não tem UTI. E nem sempre a gripe é a causadora da morte. A pessoa pode contrair uma infecção hospitalar e morrer por esse problema, não pelo H1N1”, afirmou.
Segundo Nancy, é necessário considerar o número total de infectados pelo vírus e mesmo a população total no país antes de classificar o número de mortes como alto ou baixo. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 25 de abril e 1º de agosto, foram confirmados 2.959 casos de pessoas contaminadas.
“Temos que olhar a mortalidade como um todo, de forma qualitativa, considerando o local em que os pacientes morreram e a idade deles, até para entender como funciona o atendimento”, afirma Nancy. “Em princípio, a taxa não é alta. Mas depois de certo momento, apenas pacientes que se internam em estado muito grave são submetidos a exames e deixamos de ter informações sobre as outras pessoas. Os resultados dos exames também estão muito atrasados, então não dá para ter uma noção exata de pacientes afetados”, disse.
Gripe no mundo
No mundo, segundo balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira, 1.462 pessoas morreram desde o surgimento da doença, em abril. O número de pacientes com a doença é de 177.457 mil em mais de 170 países.
site g1.globo.com
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