4 de fev. de 2015

PROFESSOR MACIEL: O oculto colunista da Tribuna

Existem certas ocasiões em que um homem tem de revelar metade do seu segredo  para manter oculto o resto”Philip Dormer Stanyope

            Não tem como deixar de observar quanto ao começo do título: “O Oculto (...)”. Para  evitar  quem estiver desatento e entenda: “O culto”, seria grande engano. Não é culto o oculto em questão.
            Ele não é visto nos eventos sociais. Pouco sai às ruas. Mora em uma casa, com janelas imensas e através delas vê-se pouco o que tem lá dentro. Porém, o que é enxergado suscita curiosidades, grandes estantes repletas de livros. O homem que mora lá, sozinho, contempla o que se passa a partir da casa dele em Campo Mourão.. Ele parece adivinhar circunstâncias nas quais poucos poderão vê-lo. 
            Na sexta-feira ou rarissimamente no sábado, vem alguém pegar um envelope contendo o texto a ser publicado no domingo. Eles se cumprimentam e o rapaz do Jornal Tribuna do Interior não demora, vai embora. É misterioso e instigante,  já imaginou alguém roubar o envelope?.
            O oculto colunista é um senhor com poucos cabelos, maioria brancos, óculos grossos, muito sério e não causa boa impressão na primeira vez. Mas ele tem bom humor, dá gargalhadas.
            Alguns da redação da Tribuna já sabem da narração acima. Faltava compartilhar com o caro leitor. Não é invenção, a história engraçada ocorreu há alguns anos. Eu estava no fórum de Pitanga com um cliente e, como advogado, concluída a audiência, estivemos no cartório cível para a feitura de um documento. A pessoa que digitava me indagou se o meu nome estava correto: “José Eugênio Maciel?”, então respondi, “sim”.
            Ao ouvir o meu nome, um senhor começou a falar que era uma “coincidência”. Ele se referia ao fato do escrevinhador ter o mesmo nome do “colunista do Jornal Tribuna do Interior”, enfatizou convictamente. Inicialmente pensei que ele estava brincando e abri um sorriso. Mas logo percebi que ele falava sério. Sem me dar chance de explicar, pois pretendia dizer-lhe que sou eu o próprio José Eugênio Maciel, mas o cidadão tinha certeza, “você é  “filho ou neto do colunista?!”.  
            Aquele diálogo, relato “preciso”, me foi muito divertido, com tamanha propriedade principalmente perante os demais que ouviam sobre “o colunista oculto da “Tribuna'”. Nem tudo foi imaginação, o cidadão disse ser leitor assíduo deste espaço e mencionou muitos textos, como as homenagens as pessoas falecidas, rememorou um especificamente, o “Fantasma de Pitanga”.
            Uma questão para ele misteriosa, “como o bom escritor é bem informado, só de olhar tudo pela janela?”. Ele, ao me achar um homem velho, “para esbanjar tanto conhecimento e por mais que ele estude, é claro que tem uma enorme vivência”, ponderou o pitanguense. 
            “Mande lembranças para o colunista”, disse-me ele no exato instante em que eu lia atentamente o documento para assiná-lo, enquanto o homem desaparecia dali tão efemeramente quanto tinha surgido.
            Só não sei se as “lembranças” eram endereçadas ao “meu avô” ou para o “meu pai”. Para para mim é que não eram, dada a certeza dele.
Fases de Fazer Frases (I)
            Mesmo que nada seja dito, a resposta nem sempre é o silêncio.
Fases de Fazer Frases (II)
            Nada sobra do que soçobra.  
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
            “Proibido sexo aqui. Sujeito a prisão”, escrito numa placa improvisada pelos moradores do Bairro Ronda, cansados de presenciarem relações íntimas e públicas no local. A advertência está dando certo; a rua fica próximo da prefeitura, fatos que chamam a atenção. De propósito ficou para o final dizer a cidade, já que o tema é sexo: Ponta Grossa!
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
            Época de pagar impostos é comum a escrita ou a fala: em “parcela única”, como na página virtual do governo do Paraná: “IPVA – 2015 – parcela única com 3 % de desconto”. Se é única, não cabe a palavra parcelada?  Frisa-se o óbvio, quem pagar de uma única vez não parcela nada!
Reminiscências em Preto e Branco

            Velhos mais velhos estão com o tempo. Com ou sem tempo eles envelhecem.  José Eugênio Maciel, mourãoense, colunista da Tribuna, sociólogo, advogado, membro da Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.                      

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