30 de set. de 2014

COLUNA DO MACIEL: Voto, vontade aberta ou secreta

Liberdade não é o poder de fazer o que se quer, mas
é ter o poder de escolher o que se quer fazer”
Mateus Feliciano
O brasileiro pode expressar livre e publicamente a sua preferência política e eleitoral, mais precisamente assumir o candidato que resolva apoiar. Também o brasileiro poderá adotar comportamento inteiramente contrário, ou seja, não revelar absolutamente nada quanto a escolha pretendida e  efetivamente o voto confirmado na urna.  
O comportamento do eleitor é que determina o exercício democrático do cidadão que faz ou se omite ante às escolhas. Ainda é incipiente a atitude de respeito entre os que fazem questão de assumirem posições político-eleitorais e mesmo partidárias em contraste com aqueles que pretendem manter sigilosamente as vontades, para exercê-las no voto secretamente.
Não existe democracia sem liberdade. Não existe liberdade sem que a vontade se dê pelo voto, livre, secreto e universal. O secreto do voto é apenas naquele momento de apertar teclas e confirmar , ninguém poderá comprovar antes ou depois a escolha que o eleitor realizou. 
Todo o brasileiro tem o direito de se manifestar politicamente, garante a nossa Constituição Federal. De expressar as suas ideias, convicções, de assumir publicamente a sua preferência política, partidária, de ter opiniões, sem poder sofrer qualquer impedimento ou restrições, tendo que ser evidentemente responsável, uma vez vetado o anonimato.
Apenas levando em conta o atual contexto do processo eleitoral paranaense, fora de qualquer dúvida o que prepondera é a prática da tentativa de desconstruir o adversário, utilizando-se até a maior parte do tempo em atacar o oponente do que utilizar o espaço para apresentar propostas. Não é puritanismo nem surpresa que a cultura política, exacerbada no vórtice de cada eleição seja um primor de cavalheiros, seria ingenuidade crer nisso. Entretanto, o nível da campanha desce tão rápida e continuamente que a “verdade de cada um”, redunde em “mentira de todos para todos”.
Antes os excessos e abusos, que poderão, se não forem evitados ou contidos, resultar em sanções aos que assim agirem, do que restrição, tolhimento, enfim qualquer fato que cerceie a liberdade que deve ser sempre ampla. “É preferível ouvir isso do que ser surdo”, o ditado popular vem a calhar.
Infelizmente não é nada impossível prever, crer e mesmo a lamentar, que nesta reta final a campanha retrate o desespero de candidatos, a afoiteza ávida e descomedida pelo poder, a qualquer custo, quando e onde a palavra gratuito é apenas a expressão referente ao horário da propaganda eleitoral, também a arrebanhar parcela do eleitor que não sente mais graça em votar de graça, desmerecendo o voto como direito e não uma obrigação, ainda que seja, tão necessária para os que buscam exercer e serem respeitados na vontade das escolhas, ainda que em meio a falta ou má vontade de quem escolhe não escolher.
Fases de Fazer Frases (I)
A imitação perfeita é ser sósia de si mesmo.
Fases de Fazer Frases (II)
Quem não puder esconder defeitos próprios, trate-se de escancarar as próprias virtudes.  
Fases de Fazer Frases (III)
Ventos novos podem soprar velhos cheiros.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Calcular o número de votos necessários para se eleger, seja para deputado estadual ou federal, é sempre comum se noticiar. O que chama a atenção, sem ser surpresa, é a ênfase de determinados candidatos de pouca (ou baixa) expressão político-eleitoral, apelarem a fim de obter a simpatia (ou clemência) do eleitor, quando afirmam que precisam de menos votos etc e tal. Tem quem diga que irá precisar só de 30 ou 40 mil votos, (estadual e federal). Pode ser, falta combinar com o eleitor, e no caso de determinados candidatos até 20 mil eles ficarão longe.  
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Apenas para tentar contrapor, se “político é tudo igual”, e o povo, “é tudo diferente”?
Reminiscências em Preto e Branco
Eu jamais soube em quem o meu saudoso pai votava. Se lhe perguntavam, respondia, “o voto é secreto”. Mas se expressava politicamente e filiou-se ao MDB – Movimento Democrático Brasileiro, contra a ditadura militar pós-64. Eloy Maciel lutou pelo retorno da democracia no Brasil.    
José Eugênio Maciel, mourãoense, filho de pioneiros, professor, sociólogo, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.

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