17 de set. de 2013

COLUNA DO PROFESSOR MACIEL: singular guarda-chuva e o plural da palavra

Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento,mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo.Você também diz que me ama” Willian Shakespeare            
Eu jamais perdi um guarda-chuva. Nunca! É verdade que em tempo algum eu tive um. Repito, em tempo algum. E o que tem a ver? Tem relação, guarda com a palavra tempo assim como se vincula com a palavra guarda-chuva.    
            Ao fazer compra em um mercado tinha um tipo de guarda-chuva que estava com um preço acessível. Claro, escrevo acessível levando em conta a minha condição financeira, que, modesta, daria para comprar um. Mas deixei para outra ocasião, não estava convencido o suficiente para comprá-lo, afinal, nunca tive um guarda-chuva
            Depois, à época que o frio era intenso, eis que novamente estou no mesmo mercado. Sem me lembrar inicialmente do guarda-chuva, segui fazendo compras. Aí acabei ingressando na seção onde me deparei com ele, ali, à minha disposição. O preço do guarda-chuva continuava em oferta. A minha atitude desta vez foi diferente da anterior, não vacilei, peguei um deles e pus no carinho.
            Pronto: o primeiro guarda-chuva a gente não esquece. Não esquece por ter comprado pela primeira vez. Não esquece no sentido do tempo presente, de esquecer o guarda-chuva num lugar, sem se lembrar aonde.
            Creio ser incomum que não seja o guarda-chuva um objeto para ser escolhido como presente. Quem pensaria em tal possibilidade? Se for uma escolha, ela se caracterizaria como falta de imaginação. Por outro lado é sempre um presente útil. O caro leitor pode pensar, tão útil que você nunca teve um guarda-chuva. Sim, não tinha, relaxo meu, mas existe uma grande diferença entre não ter e reconhecer a necessidade.
            Parecendo criança que ganha presente, o fato é que eu agora tenho o meu guarda-chuva.  Fiquei e estou ansioso para estreá-lo.
            …. Os dias friorentos e ventosos foram passando.... O sol, que é belo no inverno, passou a brilhar agora com as temperaturas elevadas.
            …. E nada de chover! Naqueles dias vislumbrei mais atentamente, a cor, nuvens, as estrelas.... nada de chuva!
            Me animei com as pancadas de chuva no último domingo, dia em que eu estava trabalhando.  E tem um detalhe – não me perguntem porque – eu resolvi carregar o guarda-chuva no carro. E quando terminei o meu plantão, a chuva já tinha cessado. Completamente. O meu guarda-chuva já tem um mês que o comprei. E nada de usá-lo. Não o tirei da embalagem, só pretendo quando efetivamente for usá-lo. Estou muitíssimo ansioso pela primeira vez.
            O guarda-chuva já foi marca de um grande banco brasileiro, que faliu, era o Banco Nacional. O dono dele foi governador de Minas Gerais. Magalhães Pinto, falecido. No lado esquerdo do nome do banco tinha a logomarca estilizada de um guarda-chuva aberto visto de cima.
            Em tempo: o plural de guara-chuva é: guarda-chuvas. Com a reforma ortográfica continua com hífen.
Frases de Fazer Frases (I)
            Na brevidade da vida a intensidade dela faz alongar a nossa existência.
Fases de Fazer Frases (II)
            Entre o ideal e o real do amor está a paixão chamada desejo de um se manter junto ao outro.
Fases de Fazer Frases (III)
            Amar é mais do que viver do amor. É viver no amor da reciprocidade.     
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
            Tempos atrás eu estava aguardando para ser atendido na Caixa Econômica Federal.Enquanto não chegava a minha vez eu lia um livro. Envolto nas páginas não percebi a aproximação de um antigo e bem conceituado funcionário do mencionado banco. Ele pede licença e desculpas por interromper a leitura, - no que eu lhe disse não ser incômodo algum – Francisco Neco da Silva, conhecidíssimo como Neco disse logo: “eu não deixo de ler a sua Coluna, são belos os seus textos, como você tem tantas ideias, arranja tempo e consegue escrever bem para preencher aquele grande e privilegiado espaço”.
            Além do conteúdo das palavras elogiosas para o escrevinhador aqui, devo destacar o fato de ter momentaneamente deixado o lugar em que ele atendia para me cumprimentar. Não pelo acontecido, que agora torno público e também efusiva e humildemente agradeço, torna-se oportuno  ressaltar que o Neco tem 33 anos como funcionário, sempre zeloso, dedicado, competente e cortês.  É formado em Ciências Econômicas e gosta muito de se manter bem informado, então este espaço também acolhe a satisfação de tê-lo como leitor assíduo. Obrigado!  
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
            Aproveitando o fato de mencionar  na nota anterior a Caixa Econômica Federal, o banco  entrou com tudo para atender o setor rural. A publicidade televisiva é sinal que o banco público vai concorrer com outro estatal e de longa tradição na mencionada área, o Banco do Brasil.Estava na hora, e quem sabe o BB saia da acomodada posição de só ele atender o setor.    
Reminiscências em Preto e Branco
            Como o guarda-chuva é o tema principal da Coluna de hoje, vem à tona a lembrança de uma piada pitoresca. Chovia muito e um homem entra apressado e encharcado numa loja, foi logo pedindo à balconista: “eu vou levar este guarda-chuva”. A vendedora faz a ele uma polida pergunta: “o senhor quer que embrulhe?”    
José Eugênio Maciel, professor, sociólogo, escritor, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.

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