12 de ago. de 2013

COLUNA DE JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: A honestidade descortinada

“É muito mais honesto estar nu do que usar roupas transparentes”Erasmo de Rotterdam 
Alisson Sobral e Cristian Adam vieram ao apartamento onde moro para instalarem um blecaute. Acompanhando o eficiente trabalho dos dois jovens, tivemos uma ótima conversa, pois procuro não perder a ocasião para aprender. Os instaladores de cortina falaram da profissão e demonstraram satisfação pelo grande volume de trabalho.
Aprendi muito naquele relativo pouco espaço de tempo. O que eu não poderia imaginar é a enorme lição que eles me proporcionariam, clara, justa, autêntica e espontânea, digna de registro.
Quando terminaram o trabalho, ao me entregarem a nota fiscal, os paguei em dinheiro. Por causa do serviço realizado com sucesso, resolvi dar uma gorjeta para Alisson e Cristian. Os dois foram embora e eu logo iria retornar ao trabalho. Aguardando o elevador, ouço o interfone do meu apartamento tocar, na pressa, não retornei para atender.
Quando cheguei na portaria, os dois rapazes estavam lá. O motivo deles para falarem comigo era para devolver parte do dinheiro, pois, afinal, eu tinha informado o valor da gorjeta, e eles queriam devolver a outra parte – na verdade o dobro! - que eu sem querer lhes havia dado. A expressão facial de Alisson e Cristian era de fato atitude absolutamente natural de honestidade. Agradeci e percebi o sentimento deles de cultivar a consciência tranquila, de pessoas que pautam a vida pela correção, caráter, sem carecer de se promoverem, sem precisarem de enaltecimento.
Alisson e Cristian trabalham na Del Lar, tradicional empresa de Campo Mourão, há mais de vinte anos voltada para a venda e prestação de serviços nessa área, tendo como proprietário Nivaldo Correa, conceituado profissional. Eis a grande lição que obtive deles, demonstrando que existem muitas pessoas ilibadas, de atitudes probas reveladas sem que seja preciso descortinar,  demonstrar como se outrora a decência fosse escondida, menos ainda como se não transpassasse pelo blecaute. 
Fases de Fazer Frases
Não falta alguém atento para com a distração alheia.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Usuários do transporte coletivo público reclamam da demora na linha circular Lar-Paraná-centro de Campo Mourão, fato noticiado pela Tribuna. A Viação Mourãoense culpa o atraso devido ao trânsito. E o diretor de trânsito Nelson João Casaroli informa, a instalação do semáforo à entrada principal do bairro porá fim ao problema. Se consiste razão a empresa e a anunciada providência do diretor de trânsito, enquanto isso os passageiros continuarão a chegar atrasados ao trabalho? Descontadas as horas não trabalhadas? Quem paga a passagem todo mundo sabe, mas quem “paga o pato”, não?!
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Ainda sobre o trânsito de Campo Mourão, o diretor Casaroli, que já foi comandante da Polícia Militar, sabe bem, “lei é lei”, é o ditado da caserna. Então é escandaloso o uso do estacionamento pelos estabelecimentos Moto Marques e a Honda, respectivamente localizados à rua Devete de Paula Xavier; e na avenida Irmãos Pereira, ambos no centro onde comercializam motocicletas. Em fragrante desrespeito às leis, as lojas colocam muitas motos estacionadas expostas à venda. E agora, diretor, com o espaço exclusivo determinado para o estacionamento para motos, já passou da  hora de multá-los, merecidamente, dada ao grande desrespeito.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Leitores assíduos desta Coluna, por se manifestarem, merecem o registro. Tendo morado por muitos anos em Campo Mourão e hoje residindo em Palotina, Ivânio José Baldicera está sempre por aqui, e quando fica por lá não deixa de acessar esta Tribuna, e claro, segundo ele, não deixa de ler o escrevinhador aqui. Ele até me chama pelo apelido de infância: “Parabéns Gudé pelas 1800 colunas, uma pessoa agradável de conversa inteligente. (…)...”
Amigo do meu saudoso pai Eloy  (foto acima, o pai e a mãe de Maciel). Dirceu Wanderbrook tem um inquestionável amor por  nossa terra e região. Lê também esta Coluna, já tendo feito sugestões a mim e ao Jornal, aliás valiosas. A professora Zélia, dedicada profissional do Colégio Estadual Campo Mourão, considera o conteúdo da Coluna importante, “admiro muito o modo de escrever e a inteligência do professor Maciel”, frisou. A todos a efusiva gratidão e o respeito.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
A respeito da Coluna anterior, o Jair Elias dos Santos, escritor e presidente da Academia Mourãoense de Letras, passou o tal texto adiante e fez o seu elogioso comentário, fazendo publicar o texto na rede social.
Olhos, Vistos do Cotidiano (V)
No mínimo curioso constar no edital de protestos o nome de uma conhecida imobiliária de Campo Mourão. Afinal de contas as imobiliárias exigem muito dos clientes o nome limpo, do contrário não tem negócio. Foi um descuido da imobiliária, mas se fosse o contrário...
Reminiscências em Preto e Branco
Existem palavras que são muito antigas, soam antigas. Pouco pronunciadas, elas são típicas das gerações antecedentes. O meu saudoso pai Eloy empregava muito a palavra desacorçoado, no sentido do desencorajado ou prostrado. Certa ocasião, na sala do escritório dele com um cliente, ambos dialogavam lamentando a falência de uma pessoa nos negócios, “ele teve que fechar a loja, está desacorçoado”. Recentemente, e só podia ser um senhor dos tempos idos – refiro-me a outro senhor proseando na praça S. José -  enquanto eu caminhava, “cansei de esperá pela muié, deste jeito ela me desacorçoa”, dissera ao amigo.  É, pai, a saudade de ti me desacorçoa, às vezes. 
José Eugênio Maciel, professor, advogado, sociólogo e membro da Academia Mourãoense de Letras e do Centro de Letras do Paraná.           

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