19 de nov. de 2012

PROFESSORA MARIA JOANA: Amanhã será um novo dia...


Madrugada camponesa. Faz escuro (já nem tanto), vale à pena trabalhar. Faz escuro, mas eu canto porque a manhã vai chegar.” Thiago de Mello...
Sim, não ha noite que dure para sempre... e o sol continua a brilhar... ”Apesar de você. Amanhã há de ser novo dia...” cantava Chico Buarque no tempo da ditadura. Muito tempo se passou e continuamos esperando esse tal novo dia. E a punição dos envolvidos no mensalão traz um pouco de luz, de esperança. Não é o caso de celebrar a decisão do tribunal como um fato excepcional na política do país. Teremos sim motivos para comemorar se, no futuro, o rigor e o cuidado que o presidiram se tomarem comuns, norma geral da justiça brasileira.
Mas foi muito bom ver que num país em que a indignação dava lugar para o conformismo e em que todo escândalo estava destinado à impunidade e ao esquecimento, talvez esse país comece a ser outro, a partir de agora. Mas continuamos esperando, quem sabe, que propostas de moralização da política brasileira deixem de ser meras propostas. Como esta que ci rculam na internet capaz de deixar os políticos de cabelos em pé. Por exemplo:
“1. Fim do voto secreto nos legislativos.

2. Fim da imunidade parlamentar, que passaria a valer apenas para assegurar aos parlamentares o direito de Expressar livremente suas opiniões.

3. Fim do foro privilegiado, para processos judiciais que não tenham relação direta com o exercício do mandato.

4. Fim do 14o e do 15o salários para parlamentares.

5. Extensão do conceito de quebra do decoro parlamentar para atos praticados ao longo da vida do parlamentar, não apenas durante o exercício do mandato.

6. Participação de representantes da sociedade nos conselhos de ética dos legislativos.

7. Recesso parlamentar de um mês, mesmo prazo concedido aos trabalhadores nas suas férias anuais.

8. Perda automática dos mandatos de políticos que trocarem de partido sem motivação programática. Cassado, o infiel só poderia disputar eleições novamente quatro anos depois da filiação ao novo partido.

9. Divulgação mensal na internet da contabilidade dos partidos políticos. Em ano de eleição, vão à web também todos os pagamentos feitos por partidos e candidatos. Coisa detalhada, com valor, data, hora e CNPJ do fornecedor.

10. Políticos eleitos ficam proibidos de disputar eleições para outros cargos enquanto durar o mandato.

11. “Parlamentares ficam proibidos de ocupar cargos no Executivo, a menos que renunciem aos seus mandatos.”

Enquanto uma reforma política não acontece, os representantes do povo continuam votando seus próprios aumentos de salários, aposentadorias especiais e outros “direitos”, ou melhor, mordomias. E continuam fazendo pizzas das CPIS que vão lentamente caindo no esquecimento.

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC. majocalderari@yahoo.com.br



Nenhum comentário:

Postar um comentário