2 de ago. de 2012

COLUNA DA PROFª CIDA FREITAS: Em nome da vida


O que leva um jovem a entrar em um cinema e metralhar pessoas a esmo? – Essa é a pergunta que tanta gente faz depois de uma tragédia como a que aconteceu nos estados Unidos recentemente.
As respostas não tardam a surgir: Alguns psicólogos explicam que as frustrações que sofrem na família, na escola, na sociedade faz com que o indivíduo tome atitudes extremas como se dissesse: Olhem, eu estou aqui e não estou feliz! Estou frustrado, não aceito derrotas! –
Tanto é assim que, segundo notícia veiculada pela Globo no dia 26 último,um jovem norte americano, após ser reprovado em um concurso, saiu e comprou uma arma. Que coisa, hein?
Tantas outras perguntas povoam minha mente a partir desse fato:
As escolas dos Estados Unidos educam humanizando ou preparam máquinas para manter o país como o mais importante do Planeta?
A inteligência é desenvolvida para proteger a vida ou para planejar guerras?
Os “games” promovem o pensar positivo, a bondade, a gentileza, a sensibilidade, a empatia, a solidariedade, a edificação do espírito? Promove a humildade no sentido de aceitar críticas para crescer enquanto ser humano?
Educam para a sabedoria ou apenas para acumular conhecimento?
Qual a diferença entre conhecimento e sabedoria?
– Para mim, tudo aquilo que se aprende passa a ser conhecimento e sabedoria é o conhecimento filtrado pelo discernimento, passado na peneira do espírito que deve estar em permanente evolução.
Qual o motivo da incoerência: Ser o país mais desenvolvido do mundo e andar na contramão da vida?
Quem não é ensinado a amar não ama. Quem não é ensinado a respeitar não respeita. Quem não é ensinado a se colocar no lugar do outro, jamais sentirá a dor do outro, por isso fere, mata e se diverte com isso.
Certa vez vi adolescentes se divertindo com um jogo. Então, curiosa, fui ver o que estavam jogando. Fiquei pasma: O “brinquedo” consistia em atropelar pessoas idosas. Algumas eram espremidas no muro, outras ficavam estateladas no chão. Quanto mais violenta era a morte, maior o número de pontos.
Atônita, perguntei onde conseguira aquilo. Um amigo havia passado para ele. Interferi, conversei, expliquei até que deixaram de jogar. Logo depois fiquei sabendo que o referido jogo havia sido proibido no Brasil. De onde viera o tal “game”? – Dos Estados Unidos.
Imagine um adolescente sempre aprendendo a matar e se divertindo com isso. Quanto mais cruel a morte mais acha graça. Que sentido passa a ter a vida para esse adolescente? Ele se coloca como dono da vida com poder de tirá-la quando bem entender. O egoísmo impera, a sensatez inexiste, a bestialidade aflora.
Outras perguntas: Por que aqueles jovens, vítimas do atirador, tinham que morrer? Como fica o coração das mães, pais, familiares daqueles que morreram de graça? Não se pode mais ir ao shopping, ao cinema, ao teatro, à escola... Mata-se em todos os lugares!... Que loucura é essa?
O assassino é preso, filmes sobre a tragédia darão lucro a seus produtores e pronto! Tudo volta “ao normal” até o próximo massacre. Assim, simplesmente.
Será que o país mais desenvolvido do mundo não sabe como mudar isso? Não sabe ou não se interessa?
E nós, aqui do País da corrupção, dos desmandos, das desigualdades, da mentira, da dissimulação, sabemos como mudar isso?
A solução, tanto para os Estados Unidos como para o Brasil e para o resto do mundo é uma só: Educação que forma, principalmente, “SER HUMANO”.
Cida Freitas – professora, empresária e escritora, membro da Academia Mourãoense de Letras.

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