24 de dez. de 2011

COLUNA DA PROFESSORA MARIA JOANA: Maria, nossa Mãe de Deus, nossa mãe Imaculada


Quando o fim do ano chega à presença de Maria em inúmeras festividades vem sempre a nossa mente. É a imagem de Maria Imaculada Conceição que festejamos no dia 8 de dezembro; é a imagem da mãe Maria carregando Jesus bebê nos braços, nos olhos, no coração nos presépios das casas, das igrejas; é a imagem de Maria Mãe de Deus que celebramos no primeiro dia de janeiro, nas oitavas de Natal.
São momentos fortes na nossa vida quando a presença de Maria vem iluminar, restaurar a vida, nos mostrar o caminho com sua humildade. É próprio de Maria, mãe, mulher, ser geradora de vida, de aconchego, de proteção à vida, de estar ligada ao seu mistério infindo.
No dia 8 de dezembro lembramos a pureza de Maria, a Imaculada Conceição, cujo dogma foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.
Maria pediu para assim ser chamada. Passados apenas três anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete. No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".
No Natal, quando celebramos o nascimento de Jesus, a imagem que nos vem é sempre da Maria mãe cuidadosa ao lado de seu filho Jesus, ainda bebê, tão humanamente dependente de sua mãe. E se pararmos um pouco verá a imagem de Maria grávida, tão pouco reproduzida nos quadros. Podemos imaginar, especialmente nós mulheres, todas as dificuldades passadas por essa mãe viajando com seu marido José, no final de sua gravidez, no lombo de um burro para chegar à cidade de Belém atender ao chamado de um recenseamento.
E não havia lugar para eles nas estalagens... E todas as portas se fecharam. Quanto sofrimento, ansiedade, deve ter passado este casal nestas horas, neste parto em meio aos animais de um estábulo. A imagem poética do presépio não revela o lado humano e sofrido de um parto que Maria enfrentou na sua adolescência, com uma força, coragem e experiência de uma anciã. E nem uma parteira esteve ao seu lado...
Nas Oitavas de Natal, na festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, temos a graça de começar o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus, um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, uma só divindade na Trindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.
Foi no terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus, Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe de Deus... e nossa MÃE também.
Desde toda eternidade, MARIA foi pensada e querida por Deus para ser Mãe de seu Filho Jesus. Por isso ela é eternamente a IMACULADA CONCEIÇÃO, revelando que uma mulher e o feminino são caminhos de Deus em busca de seu encontro com o ser humano. Sua revelação vem marcada por traços femininos, virginais, maternais, aconchegados no seio materno, revelando a face feminina de Deus. Que Maria nos ilumine nesta passagem para um ANO NOVO. Feliz e abençoado Natal a todos!!!
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC-majocalderari@yahoo.com.br

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