16 de nov. de 2011

COLUNA DO PROFº JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: Dez será bon!


Nem todo aprendizado precisa de leitura, mas toda leitura gera um aprendizado”
Flávia Savóia
“O que eu faço para gostar de ler?”. “Eu não tenho paciência para ler um livro”. “Eu tenho a minha opinião, mas não sei colocar a ideia no papel”. “Eu não tenho tempo para ler”.
A adolescente segue a mãe o tempo todo, qualquer lugar da casa em que a mãe se encontra logo a menina chega junto, pressiona: “mãe, me dá dinheiro para colocar crédito no meu celular, anda logo!”
Em outro lar brasileiro o menino não larga o controle-remoto da televisão, muda o tempo todo de canal e mesmo tendo dito para ele mesmo várias vezes “não tem nada que preste nesta televisão”, o garoto não sai de frente da tela.
Quem acredita existirem estudantes que pedem aos pais dinheiro para comprar livros? Claro que existe uma meninada criança, adolescente e jovem que têm prazer ao ler. Porém, é uma minoria, conta-se nos os dedos das mãos.
Os concursos vestibulares, outros exames e o cotidiano das salas de aula do Ensino Médio e Superior, o pavor que tanto afligem os estudantes é interpretar a prova e redigir. Infelizmente é comum em muitos casos o porcentual de reprovação em redação ser superior a 35, ou seja, de cada dez, ficam pelo meio do caminho quase quatro por não saber escrever. Uma rápida observação numa sala a constatação é evidente, a maioria não curte nada, sequer gibi.
Os estabelecimentos de ensino públicos e particulares possuem bibliotecas e computadores conectados à internet é uma realidade. Ficam à disposição. Só à disposição. Tem ainda uma parcela que até lê, embora por imposição dos concursos e pela exigência dos professores, incluindo a disputa acirrada no mercado de trabalho.
Quem não lê é cego, não fala e não se expressa de algum modo, pouco ou nada compreende do que ouve ou lê. A leitura transforma a vida das pessoas, elas se maravilham com o mundo do conhecimento que se descortina diante delas, pessoas que sempre ampliam o horizonte do que enxergam, adquirem senso crítico, crescem em importância individual e social.
Ainda que as passos trôpegos é possível e passível a esperança existir, considerando os dados do Ministério da Educação, contidos no levantamento “Retratos da Leitura no Brasil”. Em 2008 o brasileiro leu em média 1,8 livro por ano. Eis os dados apresentados em 2011: o brasileiro está lendo uma média de 4,7 livros por ano. Se arredondarmos os números de ambos os levantamentos – 2 e 5 – tem-se mais do que o dobro, não deixa de ser um expressivo crescimento.
A Família, a Escola e a Sociedade todas têm um papel extraordinariamente imprescindível para incentivar e respaldar o gosto para a leitura, o hábito existindo e bem cultivando será sempre fundamental para nos tornarmos uma nação.
Considero que poderemos chegar a dez livros por ano, que será bom, é o meu palpite. Representará uma média de quase um livro por mês, um ganho que irá além da educação e da cultura, mas alimentará devidamente o conhecimento geral.
Um livro vale mais que um celular. Tempo não é desculpa, basta ver menos televisão – e não precisa muito – dez minutos a menos na frente da tevê, a serem utilizados na leitura farão do leitor um indivíduo muito melhor. A imagem interior e exterior daquele que passa a ser será ou é a própria capacidade de escrever a sua história, plena e conscientemente.
Fases de Fazer Frases (I)
A falsidade com requinte não deixa de ser a hipocrisia requintada.
Fases de Fazer Frases (II)
Falar não é sempre uma questão de tempo ou palavras, é de oportunidade.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Se existirão grandes cortes ou não para conter gastos, conforme o anunciado pela prefeitura mourãoense, o fato é que de cortes o poder público local entende bem, basta observar o constante e criminoso corte de árvores por praticamente todas as vias da cidade. Mas não se cortará na carne, a família permanecerá unida.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Espirituoso como sempre e valendo-se da sua criativa e fina ironia, o jornalista Sid Sauer, ao fazer o comentário no jornal da FM Musical, disse que o cachorro rambo, que passou a morar no cemitério de Mamborê desde que o dono dele foi lá enterrado, não irá sair de lá, afinal, segundo Sid, osso é o que não falta. O fato já rendeu muita notícia, até de repercussão nacional, voltando à tona agora por ter o rambo ganhado outra companhia, um cachorro menor que ele.
É mesmo um tema para encher linguiça, mas que os referidos cães daquela necrópole não leiam este texto, ou melhor, a palavra linguiça.
Reminiscências em Preto e Branco
O ser humano parece cada vez mais acreditar no artificial e duvidar do natural. As flores de plástico são perfeitas réplicas, mais lindas que as colhidas no jardim. Uma parede lisa e bem pintada dirá muito mais que o retrato único de um quadro original pregado torto na parede de um corredor. E o pior de tudo, o preferir gestos calculados, friamente pensados e somados a palavras formais, cuidadosamente postas em frases empoladas. Um sussurro aos ouvidos românticos parece ser coisa dos os poetas loucos das serenatas que não mais existem.

José Eugênio Maciel é mourãoense, filho de pioneiros, advogado, sociólogo, professor e membro da Academia Mourãoense de Letras.

Um comentário:

  1. O Maciel é um grande amigo, com muito prazer também publico suas crônicas, com excelentes mensagens para o nosso devaneio... E a você, amigo Ilivaldo, muito obrigado pela divulgação de meu livro...
    Abraços: PVeiga

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