31 de ago. de 2011

CIÊNCIA: Estressado? Melhor não parar dizem cientistas


Exatamente o que ele faz durante essa pausa vai determinar o quanto ela ajuda, de acordo com um crescente corpo de pesquisas. Uma caminhada no parque pode fazer maravilhas, por exemplo, enquanto beber um café atrás do outro pode deixar o estudante tão estressado e exausto quanto antes da pausa. E, às vezes, obrigar-se a simplesmente ficar aceso em meio à fadiga mental pode ser mais eficiente do que uma pausa.
Como um músculo, nosso cérebro parece ficar fatigado depois de trabalhar por períodos seguidos de tempo, particularmente se tivermos de nos concentrar intensamente ou lidar com uma tarefa repetitiva, diz Michael Posner, um professor emérito da Universidade do Oregon que estuda a atenção.
Os pesquisadores estão se concentrando em algumas das circunstâncias que produzem uma recuperação mental ótima.
Absorver as imagens e sons da natureza parece ser especialmente benéfico para nossas mentes, dizem pesquisadores.
Marc Berman, um pesquisador de pós-doutorado do Instituto de Pesquisa Rotman de Toronto, e seus colegas estão estudando se a interação com a natureza pode ser terapêutica para pessoas com desordens como depressão e ansiedade.
Esse trabalho segue uma pesquisa de Berman e seus parceiros na Universidade de Michigan que mostra que o desempenho em testes de memória e atenção melhora em 20% depois que as pessoas pesquisadas no estudo pausam para uma caminhada num arvoredo. Quando essas pessoas foram liberadas para caminhar numa rua movimentada da cidade, não se detectou nenhuma melhora cognitiva.
Num estudo de continuação, os pesquisadores fizeram participantes tirar uma folga de dez minutos num quarto silencioso com imagens de uma cena da natureza ou de uma rua urbana. Novamente, descobriram que o desempenho cognitivo melhorou depois do intervalo com a natureza, ainda que tenha sido somente no papel. Embora a melhora não tenha sido tão boa como a que os participantes tiveram quando de fato caminharam entre as árvores, ela foi mais efetiva do que a da caminhada urbana, diz Berman.
O resultado não se deveu aos participantes estarem com um humor melhor depois das cenas da natureza, de acordo com a pesquisa, que foi publicada na revista acadêmica Psychological Science em 2008. Aliás, algumas pessoas tiveram de caminhar num arvoredo durante o rigoroso inverno de Michigan.
Em vez disso, dizem os cientistas, as imagens da natureza engajam nossa assim chamada atenção involuntária, que entra em ação quando nossas mentes são distraidamente atraídas por algo interessante que não requer um foco intenso, como uma imagem ou detalhe de um cenário agradável. Ainda podemos pensar e conversar enquanto notamos esse elemento.
Já quando precisam se concentrar em trabalho ou ameaças potenciais, como o tráfego de automóveis num cruzamento, as pessoas contam com a atenção dirigida. É esse tipo de atenção que pode esmorecer quando usada por períodos longos.
Usar a atenção involuntária pode permitir que a atenção dirigida ganhe tempo para se recuperar, sugere a pesquisa, enquanto o foco exigido por uma rua movimentada não dá ao cérebro muita chance de descansar sua capacidade de atenção dirigida.
O momento de tirar uma folga também conta. As pessoas não ganham o benefício cognitivo quando se sentem sob uma pressão do tempo. Nessas horas, pode ser melhor simplesmente continuar trabalhando, dizem os psicólogos.
SHIRLEY S. WANG escreve no The Wall Street Journal

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