8 de jan. de 2011

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Desabafo de uma mulher moderna


Este é o título de uma mensagem que circula na internet. As feministas que me perdoem, mas suas colocações respondem muito às ansiedades femininas, especialmente neste tempo novo, quando duas mulheres brasileiras disputaram o cargo mais importante do país... E temos a primeira mulher presidente do país buscando equilibrar as eternas disputas pelo poder...Reproduzo algumas idéias, adaptadas ao jornal, neste tom satírico que mexe tanto com nossa alma... Confiram se por trás da graça não há muito de verdade, de desejos de muitas mulheres deste século 21.

“6 horas, despertador toca... Estou tão cansada, não queria ter que trabalhar hoje. Queria ficar em casa cozinhando, ouvindo música, cantando até, fazendo tantas coisas que gosto. Tudo menos sair da cama, engatar a primeira e colocar o cérebro para funcionar..

.Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso conosco que nascemos depois dela.Estava tudo tão bom no tempo de nossas avós, elas passavam o dia a bordar, decorar a casa, cuidar das flores, da horta, cozinhar trocar receitas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos, remédios naturais, educação de filhos... A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Ai vem uma “fulaninha qualquer” que não gostava de sutiã, nem tão pouco de espartilho e contaminou várias outras rebeldes inconsequentes com idéias mirabolantes sobre ”vamos conquistar o nosso espaço”. Que espaço, minha filha! Você tinha a casa toda, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, se exibir para os amigos...Que mais direitos requerer?

Agora eles estão aí confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz. Antigamente o casamento durava para sempre, agora é tripla jornada, coisa do Bernard do vôlei. Por que um sexo que tinha tudo de bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com a macharada. Olha o tamanho do bíceps deles e do nosso!

Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratante, escolher o que vestir, calçar, sair correndo, ficar engarrafada, com risco de ser assaltada, morrer atropelada, passar o dia em frente ao computador resolvendo problemas.Somos fiscalizadas, cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, currículo impecável, recheado de especializações, mestrados, doutorados, pós doutorados.

Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles, lavar, passar, cozinhar e cuidar dos filhos da mesma forma. E ainda temos que dividir as despesas da casa. Não era muito melhor ter ficado em casa fazendo tricô na cadeira de balanço?

Chega! Quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia e que chegue do trabalho sente-se no sofá e peça: Meu amor, me traga um café! Descobri que nasci para servir. Abdico do meu posto de mulher moderna.

“Parabéns a todas as mulheres, modernas ou à moda antiga, que hoje são a maior força de trabalho, a maioria nos bancos escolares, muitas “mães solteiras”, separadas, abandonadas cabeças de família que fazem tripla jornada mas não abandoam seus filhos... São tantas Marias com essa mania de “ter fé na vida”...” Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter sonho sempre”

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

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