30 de jan. de 2010

BASQUETE SP: Sem apoio, Rio Pardo, do técnico Emerson deixa campeonatos e dispensa 240 atletas


Após ter tido um ano brilhante, terminando como vice-campeão do Campeonato Paulista da série A2 em 2009, o basquete do Rio Pardo FC vê seus esforços arruinados. A parceria entre o clube e o Departamento de Esportes e Cultura (DEC) terminou e com isso as atividades para cerca de 240 jogadores, das categorias de base e principal, serão interrompidas. Em parceria com o DEC a equipe foi campeã dos Jogos Regionais do ano passado e representou bem São José nos Jogos Abertos do Interior. Quem também se destacou foi a categoria de base, com excelentes campanhas no Campeonato Regional organizado pela Associação de Iracemápolis. Foi da base do Rio Pardo que saiu, por exemplo, o jogador Felipe Taddei, que atualmente defende a equipe adulta do Franca Basquetebol e já que foi convocado para defender a Seleção Brasileira por diversas vezes.
O DEC alega não ter recursos para continuar a parceria.
A situação deixou a comissão técnica do Rio Pardo apreensiva porque sem a renovação do convênio o clube terá de dispensar todos os seus jogadores. -Antes do profissional nós tínhamos cerca de 80 atletas e hoje, contando as equipes de base, temos exatamente 236 jogadores-, comentou o técnico da equipe principal, Emerson Luis de Souza (foto), ex-técnico mourãoense na temporada paranaense de 2008.
Os recursos pleiteados pela equipe, de acordo com o treinador, são para custeio de viagens, taxas de arbitragem e parte da alimentação para alguns jogadores da equipe que são de outras cidades e residem em São José por conta do basquete. -As viagens poderiam ser feitas em ônibus cedidos pela Prefeitura, a alimentação dos jogadores poderia ser feita nas dependências do clube ou em qualquer outro local e o pagamento das taxas é parcelado, mas não chegamos a um consenso com a direção do DEC-, comentou o técnico Emerson.
Sem a parceria com o DEC, o clube diz que não será possível manter nem as equipes da categoria de base do basquete rio-pardense. -O clube sozinho não tem condições de manter as equipes e teremos que dispensar todo mundo. Enquanto o país todo corre para formar atletas visando os Jogos Olímpicos de 2016, infelizmente vejo que São José está acabando com a oportunidade de revelar nossos talentos que poderiam se tornar atletas olímpicos-, completa o treinador.
Fora de grandes competições A notícia sobre o fim da parceria acontece num momento bastante crítico para o Rio Pardo que estava montando sua equipe para disputar o Torneio Novo Milênio, que reúne as maiores equipes do basquete paulista e quando a equipe já tinha vaga garantida no Campeonato Paulista da Série A1.
Segundo o técnico, pelo menos dois jogadores estrangeiros estavam praticamente contratados e outros atletas do basquete brasileiro demonstraram interesse em reforçar e defender a equipe local, que reúne boa estrutura para as competições. -Essa incerteza está fazendo com que a gente tenha que dispensar esses atletas-, completou.
Disputando o Torneio Novo Milênio e a Séria A1 do Campeonato Paulista de Basquete, o Rio Pardo mandaria seus jogos no seu próprio ginásio ou no Tartarugão, atraindo inclusive as atenções da imprensa nacional, já que as partidas são transmitidas por canais esportivos. Além disso, a cidade teria mais uma vez seu nome no cenário do esporte paulista e brasileiro, pois nas competições que o clube deixará de disputar estão Santo André, Jacareí, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Barueri, Suzano, Americana, Santos, Piracicaba, Guarujá, Sorocaba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente. Dentre estas cidades, são poucos os municípios com o porte de São José a terem uma equipe de basquete, inclusive investindo na formação de novos jogadores.
A questão não agradou também aos torcedores, que estavam apoiando a iniciativa do clube alvinegro em levar a cidade mais uma vez à elite do basquete paulista, na parceria com o DEC, projeto que vinha sendo trabalhado desde o início de 2009.
A parceria esportiva entre o clube e a Prefeitura é algo que se manteve ao longo dos últimos anos, independente das administrações, mas agora está sendo encerrada.
Em entrevista à Rádio Difusora, o presidente do DEC, Marlon Calegari da Silva, disse na semana passada que ainda estava analisando a proposta do clube. -A proposta mudou, não são as mesmas situações do ano anterior e pretendemos resolver isto o mais rápido possível. Estamos aguardando a definição real do orçamento do Departamento para saber se vamos conseguir atender ao pedido, ou se faremos uma nova contra-proposta ao clube-, disse.
A única possibilidade da equipe disputar as competições será conseguindo um grande patrocinador ou aceitando propostas feitas por outras cidades - como o caso de Atibaia, que ofereceu apoio ao clube. As discussões sobre uma possível parceria estão sendo mantidas.

2 comentários:

  1. Ilivaldo,

    É difícil quando uma cidade perde uma modalidade que está indo bem, nós sabemos o quanto foi dificil quando a Adap encerrou suas atividades em CM, temos que aprender com estes fatos, mas acho que é importante dizer que o basquete, o futsal de CM, ou outras modalidades que se destacam são da cidade e nós temos que lutar para se manterem sempre vivas, dando alegria a todos, afinal vivemos nesta terra, e é muito importante para nossa estima e divulgação da nossa cidade.

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  2. É uma informação frustrante para o Basquete Brasileiro. Fica essa experiência negativa para o povo mouraoense em contribuir mais e mais com o basquete de nossa cidade...

    Nicola

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